Cidade
Coordenador regional de Saúde diz que ameaça de falta de insumos não é motivação para suspensão das cirurgias eletivas
por Melissa Louçan
Pela segunda vez, desde o início da pandemia na região, em março de 2020, os hospitais são orientados a suspender todas as cirurgias eletivas – ou seja, procedimentos previamente marcados, que não tem caráter de urgência. A medida é uma tentativa do Governo do Estado em reforçar a rede de saúde para enfrentar, com todos os profissionais e equipamentos necessários, o momento considerado como o pior da pandemia, que tem registrado índices alarmantes de internações em todo o Rio Grande do Sul. A suspensão de cirurgias eletivas tem data para acabar, pelo pedido do governo gaúcho: 31 de março
Coordenador regional de saúde e integrante do Centro de Operações de Emergência (COE), Dr. Ricardo Necchi explica que, diferente da medida anterior – cujo objetivo era economizar insumos cirúrgicos, como anestesia, não há ameaça de desabastecimento de materiais e medicamentos. “Não acreditamos que chegue a faltar insumos nos hospitais. O Estado pede posição dos hospitais sobre oxigênio e medicação semanalmente”, explica.
Desta vez, a recomendação busca concentrar a força de trabalho da equipe técnica, a área física e os equipamentos hospitalares para atendimentos a pacientes suspeitos ou confirmados de Covid-19, devido ao aumento de internações no Estado.
Necchi informa que pacientes de outras regiões são a maioria na ocupação dos leitos de UTI covid. De acordo com a regional, até a tarde desta segunda-feira, haviam 14 pessoas internadas em leitos clínicos em Bagé. Já na UTI eram quatro, sendo um paciente de Bagé, um de Pântano Grande, um de São Vicente do Sul e outro de Quaraí.
Entende-se por cirurgia eletiva todos os procedimentos possíveis de postergação de agendamento e que não tenham forte possibilidade de causar agravamento da enfermidade a curto prazo em termos de risco de vida e perda de função ou órgãos, que tenham possibilidade de agendamento prévio e que não constituem urgência ou emergência ou que não sejam decorrentes de atendimento a pacientes pós Covid-19. A medida fica sujeita a alteração, podendo as cirurgias eletivas serem retomadas a qualquer momento, a partir da reavaliação dos casos suspeitos e confirmados pelo coronavírus.
São considerados inadiáveis os seguintes procedimentos:
– Atendimentos às gestantes bem como aos recém-nascidos e puérperas
– Acompanhamentos pós-cirúrgicos para todos os tipos de cirurgias já realizadas (mesmo as eletivas)
– Atendimentos na especialidade de oncologia, cardiologia e neurologia contemplando toda a linha de cuidado (da 1ª consulta até a alta do paciente)
– Atendimentos pediátricos
– Atendimentos de trauma