Cidade
Bandeira preta em todo o RS é confirmada e Bagé vai recorrer
por Melissa Louçan
Conforme adiantado em live por Eduardo Leite, na noite de quinta-feira, o mapa da 43ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado classificou todas as regiões do mapa em bandeira preta, indicando risco altíssimo de contaminação. A adoção de medidas mais drásticas é uma tentativa do governo do Estado de frear a crescente contaminação da população e consequente aumento de internações para evitar um colapso no sistema de saúde público do Rio Grande do Sul, que já está com lotação acima de 90%.
Com a classificação em bandeira preta, as restrições de atividades e circulação nas ruas são rígidas, com fechamento total de comércio não essencial, por exemplo. Mantém-se abertos apenas serviço essenciais ao cidadão, como serviços de saúde humana e animal, serviços de manutenção de internet, luz e água, setor de alimentação, funerárias, bancos, entre outros, todos com restrição de lotação e acesso.
A medida não agradou o prefeito de Bagé, Divaldo Lara, que anunciou, na tarde dessa sexta-feira, dia 26, que recorrerá ao Judiciário contra o decreto do governo do Estado. A mesma atitude foi tomada pelo prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. “No nosso entendimento, o governador está cometendo uma grande injustiça com Bagé e com outros municípios que estão com a pandemia sob controle, criando uma dificuldade econômica e uma possível convulsão social nos próximos dias. Muitos não terão como se sustentar. O Estado, que não aportou nenhum tipo de ajuda aos municípios, nenhuma linha de crédito, durante esta pandemia, estabelece agora um novo lockdown, o que é um absurdo. Não concordamos e vamos lutar contra esta arbitrariedade”, afirma o prefeito de Bagé.
O empresariado local, afetado diretamente pela medida, também se manifestou. Presidentes das entidades de classe da cidade recorreram à Prefeitura, unindo esforços com a gestão de Lara para o não cumprimento dos protocolos da bandeira preta.
Em uma carta encaminhada ao Executivo, justificaram que o fechamento do comércio como não sendo uma medida necessária e prudente, apesar de respeitarem a atitude do governo do Estado e do município de Bagé, tendo em vista o momento crítico que o Rio Grande do Sul enfrenta.