Fogo Cruzado
Rodrigo Ferraz busca viabilizar convênio entre município e comunidades terapêuticas
por Redação JM
Para atender à demanda por tratamento, o líder do DEM no Legislativo bajeense, vereador Rodrigo Ferraz, articula, junto ao Executivo, a formulação de um convênio entre a Prefeitura de Bagé e instituições credenciadas pelos órgãos de saúde e pela Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract). Encarando a medida como uma espécie de solução paliativa, o parlamentar defende, como projeto prioritário, a construção de centro de reabilitação em dependência química, na cidade, o que demanda um infraestrutura específica.
Ferraz, que desenvolve trabalho voluntário, encaminhando pessoas à internação, há mais de seis anos, alerta para a demanda do município. O parlamentar observa, também, que o poder público pode desempenhar papel decisivo na reversão deste quadro. “As autoridades governamentais precisam desenvolver políticas que contribuam com a recuperação e o tratamento dos dependentes. Foi esse o projeto que me elegeu vereador. Todos os dias, no meu gabinete, que está sempre aberto para auxiliar as pessoas, recebemos algum pedido de ajuda, por telefone ou presencialmente. E temos feito o possível, dentro da nossa realidade, para ofertar assistência”, pondera.
A internação em comunidades terapêuticas, conforme destaca Ferraz, é uma alternativa para casos críticos, envolvendo dependentes que, por diferentes fatores, não conseguem se recuperar apenas com medicação e a orientação médica. “Em muitos casos, é necessário o encaminhamento para um lugar onde não tenha contato com a droga, para poder se desintoxicar, fisiologicamente falando”, reforça.
Através do convênio já discutido com o Executivo, a prefeitura passaria a custear, inicialmente, 10 vagas em comunidades credenciadas. “A comunidade terapêutica que segue os requisitos exigidos consegue firmar convênio com governo federal, onde a Senapred (Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas) custeia 50% das vagas disponíveis. Algumas vagas também são disponibilizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mas como a demanda é muito grande, em todos os lugares, muitas vezes se torna muito difícil conseguir uma vaga dessas. É preciso entrar em fila de espera, e essa espera, para um dependente químico, pode ser fatal”, pondera.
Ferraz adianta que já apresentou a proposta ao prefeito Divaldo Lara, do PTB. “E ele (Divaldo) entende a necessidade (do convênio). A dependência química é uma doença. Muita gente confunde com 'deficiência moral' ou com falta de força de vontade. Mas é uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E como doença, requer tratamento. Só quem passa por isso na família sabe exatamente o tamanho da dor e do estrago que causa. Cuidar do dependente químico é dar a oportunidade de uma família se reconstituir e contribuir com o bem-estar de toda a sociedade”, justifica.