Cidade
Daeb pretende buscar recursos federais para chegar a 100% da coleta e tratamento de esgoto
por Jaqueline Muza
Assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos é um dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030. Esta agenda é um modelo mundial para um futuro melhor em um planeta saudável. Em pleno século 21, uma em cada três pessoas no mundo ainda não têm acesso a água potável. Mais da metade da população vive sem saneamento adequado, incluindo 3 bilhões de homens, mulheres e crianças que sequer possuem instalações básicas para higienizar as mãos, como uma simples torneira com acesso a água limpa dentro de casa. Os desafios são grandes, mas as oportunidades também.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), no Brasil quase a metade da população continua sem acesso a sistemas de esgotamento sanitário. São cerca de 100 milhões de pessoas que utilizam medidas alternativas para lidar com os dejetos, seja través de fossa ou despejo irregular de esgoto em rios. E de todo volume de esgoto produzido no país, só 46% é tratado. Além disso, mais de 16% da população, ou quase 35 milhões de pessoas, não têm acesso à água tratada.
Em Bagé, a situação é um pouco diferente. Conforme o diretor do Departamento de água e Esgoto de Bagé (Daeb), Eduardo Mendes, o desafio na universalização do saneamento é a coleta e tratamento de esgoto, pois, no serviço de água, o atendimento na zona urbana já alcança 95% da população. “Com a conclusão das obras do sistema de esgotamento sanitário que estão sendo realizadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Bagé terá, nos próximos meses, 80% de esgoto coletado e cerca de 50% de tratado, índices excelentes se comparados à média nacional”, disse.
Conforme Mendes, nos últimos anos, foram investidos em saneamento, em Bagé, mais de 36 milhões de reais. Todo este investimento foi possível graças aos recursos federais recebidos e às contrapartidas do Daeb, que são pagas com os valores recebidos das tarifas de esgoto. Ele explica que, para chegar aos 100% da coleta, a intenção é obter mais recursos com o Governo Federal.
Para o diretor, em todo este processo de aperfeiçoamento do saneamento em Bagé, também é importante falar sobre a construção da Barragem Arvorezinha, que vai possibilitar o armazenamento de 18 milhões de metros cúbidos de hídrico, quadruplicando a reserva de água bruta. Também está nas metas do Departamento a elaboração do Plano Municipal Básico de Saneamento (PMBS).