Cidade
Páscoa 2021 deve repetir cenário do ano anterior e manter índices modestos
por Melissa Louçan
Após o feriado da Sexta-feira Santa, o sábado deve ser de correria para aproveitar as ofertas de Páscoa. É o último dia de compra para garantir que ninguém fique sem o tradicional chocolate. Mas, neste ano, devido às peculiaridades do panorama econômico e os protocolos de segurança decorrentes da pandemia, o cenário deve repetir 2020 e se manter diferente dos anos anteriores.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bagé, Nerildo Garcia Lacerda, presentes com ticket médio menor e alternativas aos ovos de chocolate, cujo preço supera o valor de outros produtos de chocolate, são aspectos que devem marcar a Páscoa de 2021. Ele conta que, nos últimos dias, percorreu mercados e lojas, conversando com lojistas e consumidores, a fim de observar o cenário local. E uma das características que chamou a atenção foi uma menor exposição dos produtos relativos à data.
Segundo ele, o cenário se mostrou “tímido” em relação aos anos anteriores – agravado pelo número relevante de desemprego, o que gerou receio nos empresários que, por sua vez, optaram por investir em estoques menores. “Segundo um levantamento da Fecomércio, as pessoas estão pensando em um gasto muito pequeno em relação a chocolates. Talvez a venda seja mais focada para as crianças. Já para os adultos, as alternativas são outros tipos de presente, que sejam também úteis para a família”, disse.
A Avaliação Econômica realizada pela Fecomércio, mencionada por Lacerda, aponta que, embora tenha havido recuperação nas duas últimas leituras do índice de confiança das famílias (ICF-RS), o indicador ainda permanece muito deprimido, revelando a prevalência de pessimismo e elevada cautela nas compras das famílias gaúchas. Pelo lado da inflação, embora o aumento relativo menor dos chocolates na RMPA (1,94%) em relação ao IPCA (4,30%) pudesse ser um aspecto positivo, ele está inserido em um quadro de aceleração dos preços dos alimentos – o que diminui o poder de compra das famílias, freando o consumo de bens e serviços em geral.
Ainda, como condicionante do volume de compras, a avaliação pontua que muitas famílias devem optar por não realizarem eventos em comemoração à data, tendo em vista a evolução da situação sanitária até as vésperas da Páscoa. Isso impacta na menor compra de bens para presentear na Páscoa bem como gêneros alimentícios tipicamente consumidos no período em virtude do menor número de reuniões familiares para celebrar a data.