ELLAS
Preguiça!
Dilce Helena Alves Aguzzi | Psicóloga
por Viviane Becker
E se a preguiça pudesse ser resgatada de seu universo obscuro, tendo permissão para nos proteger de coisas ainda mais negativas e cansativas que ela? Sim, ultimamente tenho sentido preguiça de aspectos peculiares da vida. Não é de acordar cedo, nem de trabalhar e de fazer tarefas domésticas.
Tenho sentido preguiça diante de situações que em outros tempos já tive muita paciência:
- De ter que ter razão, de tentar convencer alguém.
- De saber tudo, de ocultar minha ignorância.
- Preguiça de situações em que não posso ser autêntica, verdadeira ou sincera.
- De pessoas maldosas, covardes e excessivamente defensivas.
- De competição, de comparação.
- De discussões infrutíferas, de quem não sabe ouvir, de gente que sempre está com a razão.
- De interpretações rasas, de falsas impressões, de fazer o que for pra agradar, de cultivar só a aparência.
- Preguiça de cobrança sem coerência, de exigência sem consistência e de crítica sem afeto.
- De ver o lado negativo de tudo, de reclamações, de super estimativas e de vitimizações sem sofrimento verdadeiro.
- De guardar rancor, ouvir fofoca, de dar o troco.
- Preguiça de irritação desnecessária, de ir onde não quero, de estar com quem não acrescenta.
- Intensa e horrorosa preguiça de bajulação e de quem não sabe elogiar.
- Muita preguiça de quem é autoritário, correto por conveniência e relapso por interesse.
Algumas vezes temos mesmo que lidar com todas essas situações, mas, atualmente se puder evitar, evito despudoradamente, não por bondade minha e sim porque dá muito trabalho desintoxicar-se emocionalmente depois.
Pura preguiça!