ELLAS
Comércio colaborativo
Troca-se, vende-se roupas usadas...os novos caminhos do comércio de moda.
por Viviane Becker
por Janine Pinto
A tecnologia e o sistema de redes têm revolucionado a maneira como vivemos. Pelo celular podemos tudo, comprar e vender coisas, solucionar problemas dos mais diversos através de aplicativos, ir a lugares sem sair de casa, buscar informações, enfim, o mundo se descortina em um pequeno aparelhinho que cabe na palma da mão e que vem solucionando de maneira milagrosa muitos problemas durante a pandemia.
Assim como em outros setores, o da moda também foi profundamente impactado nestes dias, já que a renda diminuiu. Felizmente, o que acontece no mundo pode estar ao alcance de qualquer cidadão comum do mais longínquo lugar do planeta, desde que se tenha acesso à internet e, em Bagé, não foi diferente.
Um novo fenômeno são os grupos de WhatsApp, de troca e vendas de roupas usadas, o que faz todo sentido em dias que se prega uma economia circular, quer dizer, o que não serve mais para uns, pode servir para outros. Fui buscar informações sobre como funciona este universo, agora voltado para o WhatsApp e descobri, com muito prazer, já que sou fã de brechós e afins, que deu muito certo e já tem vários grupos de troca e venda circulando na nossa cidade.
Motivada por esta vibe e pela pandemia, onde os filhos continuavam crescendo, porém precisavam se isolar, a nossa editora Viviane Becker, inspirada por outros grupos fora de Bagé, criou o RESGATINHOS, um grupo focado na venda de peças e objetos infantis usados, que geralmente ficam novos porque as crianças crescem rápido. Deu tão certo que agora tem outro grupo chamado RESGATÕES, que é voltado para as mães.
O grupo começou em janeiro deste ano, tendo Viviane como facilitadora, sem fins lucrativos. A princípio fez o convite para algumas amigas que tinham filhos e, em menos de 24 horas, o grupo já tinha atingido o número máximo permitido pelo WhatsApp de 257 integrantes. Após expor as regras, o acolhimento foi imediato e a ideia proliferou. A pedido das próprias participantes, criou o grupo de adultos. Hoje a demanda é grande e tem fila de espera. É preciso que ocorra alguma desistência para que novas participantes entrem. Viviane esclarece que todos são donos, e quando alguém infringe alguma regra, as próprias participantes cobram e avisam as outras o que pode e o que não pode. Tudo super organizado! Por exemplo, só podem roupas seminovas, no máximo cinco de cada vez, assim não cria desvantagem para ninguém e todos ganham.
Porém, existem outras modalidades nestes grupos. Em algumas, o facilitador ganha porcentagem sobre a venda e ainda ocorrem propostas pelo Instagram e Facebook com o mesmo propósito. Essa é uma solução pertinente aos dias que vivemos, fácil e barata, sem qualquer investimento prévio, com um olhar sustentável. Ou seja, gerar menos lixo ao planeta, abrir espaço no armário, obter novas peças a baixo custo.
Estas palavrinhas, “sustentabilidade” e “colaboração”, juntas, vêm operando milagres no momento. E mesmo que as pessoas não participem com este propósito e nem se deem conta que ao final estão colaborando com o planeta e olhando o mundo com uma nova ótica, com menos desperdício, está valendo muito.
Não existem limites para este novo tipo de comércio, todos participam pelo que me informei, pobres, ricos e remediados. O que era vergonhoso há alguns anos atrás agora é cool, é se mostrar sensível e colaborativo, com a saúde do planeta. Quem é chique recicla e está aberto a novas propostas. É, o mundo está se modificando, graças a Deus, e nós felizes da vida com estes câmbios!