Campo e Negócios
Manejo de cordeiros é foco de atenção
por Redação JM
Apesar das baixas temperaturas, as condições de umidade do solo contribuíram para o desenvolvimento das pastagens de inverno, garantindo a oferta de alimentos em quantidade e qualidade para os rebanhos. No caso dos ovinos, os rebanhos mantidos em pastagens de inverno cultivadas apresentam boas condições corporais; já os mantidos em campo nativo apresentaram queda de peso, expondo condições de emagrecimento em matrizes, borregos e borregas da última temporada.
De acordo com o Informativo Conjuntural, elaborado pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, e divulgado na quinta-feira, 8, as matrizes ovinas em gestação estão recebendo vermífugos; porém, em diversos locais, principalmente nas criações laneiras, já ocorrem partos, e o foco do manejo são os cordeiros.
Na regional de Bagé, onde as condições meteorológicas foram extremamente rigorosas, o estresse térmico foi mais expressivo nas fêmeas em que se realizou o manejo de esquila pré-parto com remoção de maior quantidade de lã. Nesses casos, é importante a oferta de pastagens de boa qualidade e quantidade suficiente para atender a demanda nutricional elevada, a fim de contemplar a formação do cordeiro e a manutenção da temperatura corporal. As raças produtoras de carne estão no terço final da gestação e o preço médio do cordeiro para abate no Estado aumentou 3,67%, ficando em R$ 9,33/kg vivo.
A base da dieta dos rebanhos nesse período são as forrageiras de inverno, principalmente aveia e azevém, em pleno desenvolvimento e rebrote. Os produtores aguardam a redução da umidade para aplicar fertilizantes em cobertura nas áreas de pastagem. Conforme aumenta a oferta de pasto, realizam o ajuste da lotação para melhorar o aproveitamento das áreas. De acordo com a disponibilidade dos produtores, os animais conduzidos em campo nativo são suplementados com feno, pré-secado e sal mineral proteinado, essenciais para manutenção do estado corporal nesse período.
Bovinocultura de corte
A ampliação da oferta de alimentos volumosos com as forrageiras cultivadas de inverno aumentou o ganho de peso dos animais em terminação e tem contribuído para aumentar o escore corporal dos animais de cria e recria. Já os animais com acesso restrito ao campo nativo ou a pastagens de verão vêm perdendo condição corporal, devido à qualidade e quantidade do pasto ofertado. O frio intenso trouxe dificuldades para que os produtores acompanhassem os rebanhos a campo e realizassem os manejos. Em relação ao período reprodutivo, a temporada é marcada pela ocorrência de partos e cuidados com matrizes prenhes e com recém-nascidos. Com o carrapato bovino sob controle devido às baixas temperaturas, o foco do manejo sanitário tem sido o manejo preventivo contra endoparasitos e clostridioses. Aumenta a procura por novilhas para a próxima estação de monta.
Bovinocultura de leite
O desenvolvimento das pastagens de alta qualidade predominantes no período de frio  como aveias, azevéns e trigo  tem propiciado uma melhoria na qualidade nutricional da dieta das vacas, com consequente aumento do escore corporal e da produtividade de leite. Os produtores seguem com cuidados intensivos na higiene da ordenha, devido à alta umidade que aumenta a chance de contaminação do leite e de casos de mastites nos animais. Dessa forma, vêm conseguindo manter os padrões de qualidade exigidos pela indústria. Em relação ao período reprodutivo, o momento é de parição dos rebanhos.