Cidade
O que resta para a conclusão da obra que elevará a coleta de esgoto para 80% em Bagé
Com investimento de mais de R$ 4,1 milhões, empreendimento está sendo executado com recursos do governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC)
por Jaqueline Muza
Após várias paradas, a obra da Estação de Bombeamento de Esgoto (Ebe) de Bagé está com 80% da infraestrutura pronta. A direção do Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb) irá se reunir, na próxima semana, com a empresa executora, para definir as próximas etapas do projeto. Até agora, conforme informações da assessoria de comunicação da autarquia, parte da tubulação e da casa de máquinas já foram realizadas, assim como a rede que leva os resíduos até a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Agora, falta o maquinário e as bombas, entre outros detalhes.
Com investimento de mais de R$ 4,1 milhões, a obra está sendo executada com recursos do governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com contrapartida do município. Com a finalização, Bagé terá índices superiores a grande parte das cidades brasileiras: 80% de esgoto coletado e quase 60% tratado, alimentando, assim, a ETE.
A obra, que iniciou em 2007, teve diversas paradas no serviço. De acordo com as informações do Daeb, o projeto completo compõe um sistema de esgotamento sanitário executado em três etapas. A primeira etapa é composta por uma rede interceptora; já a segunda etapa por uma Estação Elevatória de Esgotos, ou EBE, e a terceira etapa é composta por uma ETE. O empreendimento, após a conclusão, beneficiará diretamente em torno de 30 mil pessoas, que terão os seus esgotos tratados. Além disso, também haverá redução significativa da carga poluidora dos arroios Bagé e Gontan, beneficiando o meio ambiente da região e todas as áreas abrangidas pelas obras. Isto também deve refletir, diretamente, na despoluição da bacia do Rio Negro e, consequentemente, do efluente que adentra o país vizinho, o Uruguai.
Funcionamento
Na primeira etapa, foi instalada a rede interceptora de esgoto margeando os arroios Bagé e Gontan, em uma extensão de rede de 9.370 metros, com a finalidade de coletar os esgotos das redes existentes no centro da cidade, antes que estes cheguem aos arroios. Através dos interceptores, os resíduos coletados deixarão de poluir os arroios e serão conduzidos por gravidade (caimento natural do terreno) até as obras da segunda etapa.
A obra dos interceptores está 100% concluída. Os nove trechos de travessias que faltavam foram concluídos em 2020 e somam uma extensão de mais 273,80 metros aos já executados 9.370m. Na segunda etapa, foi iniciada a Estação de Bombeamento de Esgotos (EBE), com emissário de recalque e extravasor, próximo ao cruzamento (trevo) com a avenida General Mallet (BR 473).
A EBE tem a finalidade de conduzir os esgotos, por bombeamento, através do emissário de recalque, de uma cota mais baixa para uma cota mais elevada, ou seja, até o local onde está localizada a Estação de Tratamento de Esgotos que foi finalizada em 2014, que tem a função de tratar o esgoto e devolvê-lo aos arroios dentro dos índices estabelecidos pelos órgãos ambientais.
O tratamento previsto é através dos processo de tratamento biológico do tipo lodos ativados com aeração prolongada. Os esgotos sanitários nas etapas do tratamento preliminar passarão por uma grade média, uma caixa de areia e uma calha parshall. As etapas estarão constituídas por um tanque cuja aeração prolongada permitirá a remoção de matéria carbonácea, a nitrificação e a desnitrificação. A separação da massa de sólidos suspensos (fase sólida) da fase líquida ocorrerá no decantador final. Os lodos decantados serão recirculados para o início dos tanques de aeração e seu excesso retirado para sua secagem em leitos de secagem. O lodo desidratado será disposto em aterro sanitário licenciado ou depois de analisado e apto, poderá ser utilizado na agricultura.