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Região

Moradores de Candiota esperam negociação com CGT Eletrosul para continuar a viver em suas residências

Em 22/07/2021 às 08:35h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

Moradores de Candiota esperam negociação com CGT Eletrosul para continuar a viver em suas residências | Região | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Mais de 1,5 mil pessoas moram nas duas vilas Foto: Felipe Daroit - Ascom DPE/RS

Há quase 47 anos, a Vila Residencial é a moradia da família de Raul José Waechter, de 55 anos. A primeira vez em que entrou no imóvel, aos oito anos, em 1974, foi junto aos pais, que mudaram para o local após o pai passar em concurso público e assumir uma vaga na Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE. Desde então, a casa foi ocupada tanto pelos pais de Raul quanto, desde 1997, por sua família nuclear, com esposa e filhos. Agora, Waechter teme ter que sair do imóvel, já que a companhia proprietária dos imóveis já demonstrou intenção de leiloar as residências.

A família de Raul é uma das mais de 400 famílias na mesma situação, que vivem em residências cedidas aos funcionários pela CEEE e atual CGT Eletrosul. Com a disposição do Governo Federal de privatizar a Eletrobras, os terrenos e os imóveis tanto da Vila Operária quanto da Vila Residencial podem ir a leilão.

Nesta semana, a Defensoria Pública do Estado passou a atuar em busca de uma solução extrajudicial à situação, a pedido da Procuradoria do Município de Candiota.

“Praticamente investi tudo que tenho aqui na casa”

Desde a chegada da família, em 1974, a casa já passou por diversos reparos, manutenções e melhorias para garantir o conforto e bem estar dos moradores - todas as obras foram custeadas com recursos de Waechter.

Assim como o pai, ele próprio trabalhou por anos na operação de processos nas fases A e B da usina. Após passar quase dez anos afastado por problemas de saúde, agravados pelo trabalho junto à operação de cinzas, aposentou-se e permanece na casa. Entretanto, ele conta que desde que a casa foi cedida ao pai, nunca houve nenhuma solicitação de desocupação do local, por parte da companhia - ao contrário, ele relembra que desde a década de 1980 há promessas de que as áreas sejam vendidas, em definitivo, aos moradores. Contudo, isto nunca ocorreu.

Pouco após a aposentadoria do pai, em 1995, ele passou a viver na casa com a esposa e os dois filhos. Desde então, estima que investiu mais de R$ 150 mil em obras no local, sempre tendo em mente que o imóvel seria vendido pela companhia pelo valor inicial.  Contudo, no caso de Waechter, a proposta apresentada pela companhia é de R$ 377 mil. “Praticamente investi tudo que tenho aqui na casa. Contando todos esses anos, gastei mais de R$ 150 mil aumentando, reformando, consertando janelas, colocando piso no pátio e pinturas. A gente investe na casa com a promessa de venda. Agora que está tudo bonito, eles querem leiloar, ganhar dinheiro em cima”, aponta.

“A gente fez uma história aqui”

A mesma situação é vivenciada por Cláudio Alves Teixeira. O vigilante de 54 anos vive com a família no local há 17 anos, em uma casa que já recebeu ampliação e melhorias para comportar a esposa e os dois filhos de Teixeira de forma confortável. 

Atualmente desempregado, ele conta do choque ao receber as propostas de valores apresentadas pela CGT. “A companhia está pedindo um valor muito alto pelas residências. Não que elas não valham isso, mas estamos em uma situação difícil, com todos os percalços da pandemia. E fizemos muitas benfeitorias para conservação dos imóveis, que são antigos”, explica.

Teixeira faz parte da associação de moradores da Vila Residencial, criada, justamente, para buscar uma solução para o impasse envolvendo as casas - o que ele espera que seja resolvido de forma pacífica e com tranquilidade para as duas partes. “A gente fez uma história aqui. Meus filhos nasceram aqui, além da tranquilidade, sossego e paz que temos aqui, não tem preço que pague. Mas ficamos apreensivos porque não sabemos qual será o destino da gente. A situação é difícil, muitos não têm condições de comprar outro imóvel”, diz.

Prefeitura e DPE unem forças 

Junto com a Procuradoria de Candiota, a Defensoria Pública iniciou um levantamento para colher documentos e outros subsídios dos moradores dos dois bairros que possam auxiliar na comprovação da posse das residências. 

Além do Núcleo de Defesa do Consumidor e Tutelas Coletivas (NUDECONTU), o trabalho também é realizado pelo Núcleo de Defesa Agrária e Moradia (NUDEAM) e pelo Núcleo de Defesa de Diretos Humanos (NUDDH).

A documentação deve ser entregue pelos moradores, a partir desta semana, no prédio da Procuradoria-Geral do Município de Candiota, que fica ao lado da Secretaria de Agropecuária.

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