Cidade
Instalação de ghost bike e homenagens marcam uma semana da morte da ciclista Fernanda Freitag
por Melissa Louçan
Uma semana após o acidente que vitimou Fernanda Freitag, ciclistas bajeenses prestaram as últimas homenagens à ela em uma pedalada pelo trajeto feito por ela no último sábado. No local da morte, no Passo do Pinto, em Hulha Negra, na tarde deste sábado, dia 31, os amigos instalaram uma “ghost bike”, que indica o local onde ocorreu a morte de um ciclista.
Cerca de 50 ciclistas partiram de Bagé e foram escoltados pela Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana em parte do trajeto, o mesmo realizado pela ciclista no sábado anterior. No local da fatalidade, o grupo instalou a ghost bike, além de realizar orações e prestar as últimas homenagens à amiga.
Heron Regert, que participa dos circuitos de ciclismo da cidade, explica que a instalação das bicicletas brancas são realizadas em todo o mundo em locais de acidentes fatais como memoriais em homenagem a quem perdeu a vida “para a pressa de alguém, para a falta de planejamento viário, para a omissão do poder público” e para evitar que a morte seja esquecida. “Queremos o fim das Ghost Bikes. Mas elas continuarão sendo instaladas enquanto forem necessárias”, destaca.
Inclusive, providências para melhorar as condições de trafegabilidade estão entre as demandas dos ciclistas. Regert explica que os acidentes são reincidentes no local: na véspera do acidente que vitimou Fernanda, outros ciclistas relataram insegurança no local devido à precariedade de condições da ponte de madeira. Um homem que atravessava de bicicleta, no ano passado, chegou a cair da ponte, mas teve a queda amortecida pela água, sem maiores complicações. Regert também relatou que houve um incidente com um motociclista no mesmo local, devido às condições da travessia, resultando em um braço quebrado. “A ponte está precária, perigosa. Já matou uma pessoa e pode acabar acontecendo de novo”, avisa.
Pontos críticos preocupam ciclistas em Bagé
Outro local de preocupação - desta vez na Rainha da Fronteira - é a descida do Cantegril, um trajeto muito utilizado para a prática do ciclismo. Regert aponta que o acostamento não está em boas condições de trafegabilidade, o que aumenta o risco de acidentes fatais acontecerem. “Está perto de acontecer uma tragédia a qualquer momento, porque o ciclista não tem como andar no acostamento do jeito que está ali nas proximidades do Cantegril”, informa.
Na zona leste, a ciclovia da Avenida Visconde de Ribeiro Magalhães também apresenta riscos, já que o local delimitado para a prática do ciclismo não está em boas condições de manutenção, com areia na pista, o que dificulta a travessia.