ELLAS
Função Paterna
José Renato Salim Morais | Terapeuta Corporal, Especializando em Psicologia Corporal no Centro Reichiano
por Viviane Becker
Somos fruto da união dos gametas feminino e masculino, o óvulo e o espermatozóide se encontram em um ato de amor e nascemos. Assim se origina o ser humano, que primeiro passa pelo útero da mãe, depois pelo colo da mãe, e só então ele irá conhecer o diferente da mãe, o amor do pai, o masculino, na função paterna.
A função não tem haver com ser mulher ou homem, mas com o que a criança está precisando em determinado momento, por isso pode - e deve - ser feita pelos dois.
A função materna é quem vai proteger, cuidar, nutrir com alimento e afeto. A mãe é quem autoriza a função paterna, responsável por dar limites, ajudar o filho a se aventurar, ir para a vida e se conectar com o mundo lá fora.
Na ausência dos pais, as funções paterna e materna devem ser feitas pela família, ou uma comunidade, onde as crianças têm mais de um modelo e pessoas que exercem essas funções, ou no caso de uma relação homossexual, onde um dos dois indivíduos assume as funções paterna ou materna.
É como se fossem nossas duas pernas: com uma nos relacionamos, e com a outra nos aventuramos e ganhamos dinheiro. Precisamos das duas pernas para não sairmos rengueando ou pulando como saci-pererê por aí.
O pai pode exercer a função materna e a mãe a função paterna, porém, é como calçar botas trocadas. Podemos caminhar, mas será desconfortável e estranho. Por isso, uma função não substitui a outra.
Para exercer a função paterna o pai deve:
Ser um modelo no relacionamento, sendo presente e mostrando aos filhos que a mãe deles também é esposa dele. Isto é importante para o filho saber que não é o rei.
Ao retornar do trabalho, precisa estar presente emocionalmente para os filhos, e não apenas suprir financeiramente a casa.
Para a filha, é o pai que mostrará o que é um homem, sendo modelo que ela observou, escutou, elogiou e foi de confiança. Mas na função de pai, não na função de homem.
Apresentar diferentes possibilidades de profissão para que o filho escolha a que gosta mais, e não a que o pai deseja. Quando o pai diz: “Eu adoraria que você fizesse…”, o pai torna difícil o filho escolher outra carreira.
Filhos que recebem a função paterna vão crescendo e se espelhando para criar um modelo e seguir em frente com segurança. O importante é dar aos filhos o que eles precisam para fluírem na vida.
José Renato Salim Morais | Terapeuta Corporal, Especializando em Psicologia Corporal no Centro Reichiano - ABTHBR 2623 - @j.renatomorais