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Urcamp

O cinema na Rainha da Fronteira

Realizadores de audiovisual falam sobre o potencial da produção local

Em 02/09/2021 às 18:00h

por Redação JM

O cinema na Rainha da Fronteira | Urcamp | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: ArquivoJM

Por Bianca Vaz

Acadêmica de Jornalismo da Urcamp

 

Com um notável crescimento nas últimas décadas, mesmo que o setor audiovisual tenha sido impactado negativamente com a pandemia de Covid-19, a produção de cinema local sobrevive na Rainha da Fronteira.

O cineasta bajeense e diretor do Instituto Estadual de Cinema (Iecine), Zeca Brito, destaca a contribuição do festival de cinema da fronteira para o crescimento da produção audiovisual de Bagé, dando visibilidade para uma série de realizadores, e ajudando a estabelecer um ambiente favorável à produção audiovisual. “O festival acaba engatilhando uma série de serviços de parceiros e ativando uma engrenagem de produção que destaca e dá oportunidade para vários agentes. Em torno do festival gira a crítica, a produção jornalística e publicitária de divulgação, mídia, os jornais locais e o público”, diz.

Para Brito, as produções locais precisam buscar um caminho de profissionalização para que elas atinjam maiores espaços, inclusive de divulgação. Assim, o cineasta lista algumas medidas que podem ser tomadas para este fim, como a constituição de empresas com CNPJ, a participação nos editais dos concursos públicos, nos festivais e a busca pelo fomento e pelo financiamento de obras. “Isso tudo é uma maneira de dar visibilidade e de dar amplitude para uma produção. É um caminhar que a partir da profissionalização se chega ao reconhecimento dos demais agentes do mercado e da mídia”, assegura.

O diretor afirma que, desde que assumiu o Iecine, acabou se distanciando um pouco da produção local tentando levar o que aprendeu nos anos de realização do Festival da Fronteira, de mediação com a comunidade, para outros municípios. No entanto falou que a produção local se mantém viva principalmente através da Urcamp, com produções do curso de jornalismo, coordenado pelo Professor Glauber Pereira, e também através do Ponto de Cultura Pampa Sem Fronteiras, liderado por Adriana Gonçalves. “Existe uma produção muito rica, muito forte, que precisa ser acompanhada pelo poder público e talvez ainda precise de mais investimento, de mais participação, mas ela segue viva. Ela é muito forte e justamente por isso ela merece Políticas Públicas para poder dar continuidade nas ações de formação, e para que ela consiga, cada vez mais, atingir mais pessoas”, finaliza.

A coordenadora do Ponto de Cultura Pampa Sem Fronteiras, Adriana Gonçalves Ferreira, lidera uma iniciativa de produção de cinema nas escolas em Bagé. Conforme ela, essa proposta surgiu a partir de uma formação feita em 2014, na Universidade Federal Fluminense (UFF), de Niterói, no Rio de Janeiro, e faz parte de um projeto chamado Inventar com a Diferença, que forma professores e pesquisadores ligados ao audiovisual no Brasil. “Na época, eu vim para Bagé e apliquei inicialmente em dez escolas públicas essa pedagogia”, afirma.

A partir de uma formação inicial com os professores, ela desenvolveu o trabalho com os alunos. Cada escola fez um filme e com isso foi feita a primeira Mostra de Curtas de Fronteira. O projeto foi implantado dentro do ponto de cultura Pampa Sem Fronteiras, que é um espaço difusor de fomento à produção audiovisual que dispõe de equipamentos, que são usados nas produções. “O Pampa Sem Fronteiras tem um papel formador e de incentivo porque ele entra com equipamento para as pessoas poderem produzir, mas também dá a formação para as pessoas desenvolverem a produção audiovisual”.

Dessas iniciativas acabou nascendo o Empreendimento Criativo Colaborativo de Geração de Renda, a partir da produção audiovisual com esses jovens que passaram pelas oficinas. Tudo que é elaborado nessas atividades, assim como produções feitas por realizadores que participaram das oficinas e grupos parceiros, pode ser visto no site do Ponto de Cultura Pampa Sem Fronteiras (www.pontodeculturapampasemfronteiras.com/)

O ator Tom Peres é um dos nomes bajeenses que vêm se destacando fora da região. Ele acredita que o cinema vive a mesma dificuldade que outros segmentos também vivem, como, por exemplo, o teatro, que é a falta de políticas culturais, que pensem em desenvolvimento profissional e apoio a iniciativas locais. “Desde o tempo em que fazia teatro em Bagé vejo essa dificuldade. Lembro de organizarmos um festival de teatro onde tínhamos que fazer pedágio cultural solidário para pagar o aluguel do local de realização dos eventos”, afirma.

Assim, Peres destaca a falta de políticas pensadas para o desenvolvimento cultural e a falta de apoio das empresas privadas como a principal dificuldade para se fazer cinema. “Claro que isso é uma tendência em todo o país. Infelizmente vivemos um desmonte cultural, com verbas, editais, festivais e diversas fontes de apoio e incentivo sendo encerradas”, destaca.

Quando questionado sobre como foi participar do Festival de Cinema de Gramado, concorrendo como melhor ator na categoria de curtas metragens, o ator destacou que foi uma enorme alegria poder representar Bagé e falou dos seus maiores incentivadores, sua mãe Marilê e sua companheira Maya, também atriz. Ele também afirmou que levar a cidade de Bagé ao festival, por meio do seu trabalho, foi uma realização, pois foi em sua cidade natal que conheceu a arte, por meio de professores como Gladimir Aguzzi e Dilce Helena.

Aguzzi, que atualmente é presidente do Conselho Municipal de Cultura, declara que o crescimento da produção audiovisual em Bagé começou com o festival internacional de cinema da fronteira, que em suas primeiras edições promoveu oficinas, palestras e encontros sobre cinema. “Bagé tem bons profissionais em todas as áreas do audiovisual, desde câmera, ator, fotógrafo até editor. São coisas que ajudam”, salienta. Na visão dele, as principais dificuldades para fazer cinema em Bagé é a falta de valorização, reconhecimento, mas, principalmente, incentivo financeiro.

“O que melhor podemos fazer para divulgar as produções locais ou incentivar é promover o conhecimento, o intercâmbio com mostras e cursos de roteiro, de fotografia, de direção, de stop motion, enfim. Promover cursos, promover mostras, incentivar o festival e criar prêmios para quem faz. Quem faz cinema quer ser reconhecido”, garante.

 

 

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