Cidade
Rota turística dos Vinhos da Campanha Gaúcha já é uma realidade
por Melissa Louçan
Nesta quarta-feira, dia 29, o Complexo Cultural do Museu Dom Diogo de Souza foi o palco de lançamento da rota turística dos Vinhos da Campanha Gaúcha. O evento foi promovido pela Associação Vinhos da Campanha Gaúcha, em parceria com o Sebrae, que realizou a consultoria do processo.
A rota regional une vinícolas do Pampa à Fronteira Oeste e, desse modo, estimula o enoturismo local. A rota é formada pela Estância Paraízo, Batalha Vinhos e Vinhas, Bodega Sossego, Vinícola Peruzzo, Cordilheira de Sant’Ana, Guatambu, Cerros de Gaya, Pueblo Pampero, Bodega Cerro Chapeu, Vinícola Campos de Cima e Vinícola Miolo.
O presidente da Associação, o empresário Valter José Pötter, proprietário da Vinícola Guatambu, abriu o evento explicando que o evento resgata o trabalho desenvolvido pelas vinícolas e organizado pelo Sebrae há cerca de um ano e meio com o objetivo de promover o enoturismo na região.
Pötter indicou que o segmento pode ajudar a alavancar o desenvolvimento regional através do turismo. Inclusive, citou alguns exemplos bem sucedidos de municípios que tiveram sucesso investindo no turismo de vinho. Bento Gonçalves e o Vale dos Vinhedos, por exemplo, em 2019, faturaram cerca de R$ 300 milhões somente com serviços voltados ao enoturismo (hospedagem, alimentação, deslocamento). Já na venda direta de vinhos, o faturamento foi de R$ 200 milhões no ano.
O empresário aposta que com maior divulgação e promoção do turismo, além de investimentos mais vultosos em hotelaria, restaurantes, a região da Campanha Gaúcha pode ser tornar um dos cinco destaques entre as rotas turísticas mais visitadas no RS. “Temos tudo para fazer acontecer de uma forma mais profissional e mais maciça”, destacou.
Indicação Geográfica
Proprietário da Vinícola Batalha, Giovani Peres, representando o conselho regulador da indicação de procedência, explicou o processo iniciado em 2013 em busca da indicação geográfica até maio de 2020, com a concessão de indicação geográfica em formato de indicação de procedência.
A Indicação Geográfica é um sinal constituído por nome geográfico (ou seu gentílico) que indica a origem geográfica de um produto ou serviço. Apenas os produtores e prestadores de serviços estabelecidos no respectivo território, geralmente organizados em entidades representativas, podem usar a IG. A indicação foi concedida em nome da Associação dos Produtores de Vinhos Finos da Campanha Gaúcha, que, atualmente, conta com 18 vinícolas integrantes.
Para os produtos receberem o selo, passam por três rigorosas etapas: análise documental com comprovação de utilização de 100% da uva da campanha gaúcha; análise físico-química; análise sensorial. Somente para a primeira análise, já em outubro de 2020, foram 90 vinhos inscritos, com mais de 1,5 milhão de litros avaliados, que receberam autorização para utilização do selo. Em 2021, duas análises sensoriais já aconteceram e uma terceira deve ser realizada em outubro, atestando mais de dois milhões de litros da safra de 2021.
Além de atestar a qualidade do produto, o selo também serve como um convite aos apreciadores da bebida. “O enoturista viaja o mundo inteiro para conhecer as zonas produtivas do vinho. Conhecendo o produto, e desperta atenção para a rota enoturística da região”, explicou.
Em seguida, Mirian Silveira, representante do Sebrae, apresentou as campanhas de divulgação da rota, com vídeo institucional, identidade visual e o material impresso. Já Ivane Fávero, consultora convidada pelo Sebrae em 2017 para potencializar a construção de um plano regional de turismo, apresentou todos os passos desenvolvidos, levando o enoturismo como uma das maiores potencialidades dos municípios envolvidos. Inclusive, todo o trabalho desenvolvido culminou com a elaboração de um e-book, “Rota Vinhos da Campanha Gaúcha”, que é um facilitador para turistas e potenciais turistas, apresentando a região, atrações e serviços oferecidos para o segmento.