Esportes
Goleadas destacam disparidades no Gauchão Feminino
por Yuri Cougo Dias
Os 7 a 0 que o Guarany sofreu para o Brasil de Farroupilha, na tarde de domingo (3), no estádio das Castanheiras, não pode ser analisada somente pelos números. No mesmo dia, o Gauchão Feminino também apresentou os 12 a 0 do Grêmio sobre o Pelotas, em plena Boca do Lobo. Goleadas até maiores que essas já ocorreram, mostrando a enorme disparidade que há entre as equipes no futebol feminino.
A culpa disso não se pode direcionar para para Inter, Grêmio ou Brasil-FA (que disputou o Brasileirão A-2 em 2021). Elas são exemplos de equipes que se organizaram para chegar onde estão e que tiveram investimentos para alcançar tais resultados. Por sua vez, no interior, as equipes carecem de recursos e sequer dispõem de tempo para treinarem, pois as atletas precisam conciliar com seus trabalhos ao longo da semana. Muitas vezes, são as próprias meninas que se mobilizam, com auxílio dos familiares, para bancar as viagens.
Após a goleada sofrida para o Brasil-FA, o técnico do Guarany, Cleo Moura, fez o seguinte desabafo, nas redes sociais: “Somos uma equipe com atletas que trabalham durante a semana e jogamos aos domingos. Então, quem for criticar, faça isso comigo, pois elas são extremamente guerreiras. Só Deus sabe o quanto essas gurias dão o seu máximo dentro de campo, deixando suas famílias e indo atrás dos seus sonhos”, relatou.
Além disso, este foi apenas o segundo jogo oficial do Guarany no futebol feminino. Mas a caminhada segue e, no próximo domingo (10), enfrenta o Grêmio, às 15h, no estádio Antônio Magalhães Rossell. O Tricolor, que por sinal, foi até as quartas de final do Brasileirão A-1, ou seja, será um confronto histórico para as Índias.