Esportes
Bagé tem 12 pontos colocados em “jogo” nesta quinta-feira
por Yuri Cougo Dias
Os próximos quatro dias serão agitados no Pedra Moura. Após a derrota por 2 a 0 para o São Paulo-RG, na noite de segunda-feira (11), estádio Aldo Dapuzzo, o Bagé viverá uma quinta-feira de tensão, pois os impactos são diretos nos rumos da Divisão de Acesso. Acusado por escalação irregular de atleta, o clube será julgado às 15h, pela 4ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), em sessão virtual, com transmissão no YouTube. O jalde-negro foi enquadrado no artigo 214 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) e pode ser punido com a perda de 12 pontos, acompanhado por uma multa de R$ 100 a R$ 100 mil.
Caso os auditores do TJD sejam a favor da condenação, o Bagé ficaria com -1 ponto e cairia para a lanterna da chave, ficando atrás do São Gabriel, com dois pontos. Portanto, na última rodada, para escapar do rebaixamento à Terceirona, o jalde-negro seria obrigado a vencer o Lajeadense, em casa, e o São Gabriel perder para o Inter-SM, que também joga em seus domínios. Todas as partidas acontecem no domingo (17), às 15h.
Para esclarecer a denúncia, é preciso, antes, entender o regulamento. É permitida a utilização de até oito jogadores que tenham disputado a série A de algum estadual. E a denúncia contra o Bagé, movida pelo São Gabrel e oferecida pela Procuradoria do TJD, aponta que o clube teria usado nove jogadores, nessas circunstâncias, em três jogos: Lajeadense 1x0 Bagé (15 de agosto, 1ª rodada); Bagé 0x1 São Paulo-RG (19 de agosto, 2ª rodada) e Guarani-VA 1x2 Bagé (26 de agosto, 4ª rodada).
Conforme o art.214 do CBJD, a punição é de três pontos por cada jogo, mais os pontos que foram obtidos. No caso do Bagé, os 12 pontos são distribuídos da seguinte forma: nove pelos três jogos e os três da vitória sobre o Guarani-VA.
O que diz a direção
O diretor Rafael Alcalde, que está provisoriamente a frente do clube, defende que essa irregularidade não se aplicaria ao Bagé, pois o atleta questionado pela denúncia atuou na fase “preliminar” da série A carioca, e não na fase principal. “O regulamento do Campeonato Acesso A2 gaúcho, no seu artigo 24, deixa bem claro e fala de série A principal. Além disso, há dois regulamentos, um para a preliminar e outro para série principal do Carioca. E mais agravante: os pontos dessa competição (preliminar) não têm participação alguma na fase principal. Funciona como uma seletiva. Apenas o primeiro colocado dessa fase preliminar irá jogar a fase principal, da série A1. Existem dois regulamentos, um para a preliminar e outro para o principal. Apenas isso já descaracteriza a mesma competição”, observa Alcalde.
Copa FGF em segundo plano
Com toda essa tensão envolvendo o julgamento, pouco se fala que o Bagé também joga nesta quinta-feira (14), às 15h, contra o 12 Horas, no estádio Arthur Mesquita Dias, em Sapucaia do Sul, pela quinta rodada da Copa Dirceu de Castro (Copa FGF). Na terceira posição da chave C, com cinco pontos em quatro jogos, o Abelhão tenta se aproximar da zona de classificação. Passam para as quartas de final os dois primeiros de cada chave, mais os dois melhores terceiros. Hoje, estaria eliminado.