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Cidade

Dia do Médico: momento atual é de ressignificação da profissão pós-pandemia

Em 18/10/2021 às 08:00h
Melissa Louçan

por Melissa Louçan

Dia do Médico: momento atual é de ressignificação da profissão pós-pandemia | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Manif Curi aponta novos desafios da medicina Foto: Tiago Rolim de Moura

No último um ano e meio, não há como falar de um profissional da Medicina e não lembrar, de alguma forma, a batalha travada contra o vírus SARS covid-19. Foram meses de empenho, luta e um esforço sobre-humano para garantir estabilidade de saúde para o maior número possível de pessoas, que davam entrada diariamente nos hospitais, com quadros agravados.

Para homenagear estes profissionais e celebrar o Dia do Médico, comemorado em 18 de outubro, a reportagem do Jornal MINUANO buscou dois nomes da Medicina da cidade, que falaram um pouco sobre a profissão, os desafios que enfrentaram e o que esperam a partir deste novo cenário.

Necchi: “O que fazemos é muito relevante e a pandemia provou isso”

Em Bagé, um nome em particular se destacou em meio à luta. O médico intensivista Ricardo Necchi, além de ter atuado como coordenador da UTI da Santa Casa, também foi o coordenador regional de Saúde durante alguns dos momentos mais críticos da pandemia na cidade. Ele foi, durante meses, uma das principais fontes de informação sobre a batalha contínua na região e, atualmente, atua no município como secretário de Saúde Adjunto.

Aos 64 anos, e com mais de 40 anos de atuação profissional, ele conta que desde muito jovem quis se dedicar à medicina, principalmente após o falecimento da mãe, em decorrência de um câncer. “Nessa época de jovem, muito idealista, tinha uma visão muito romântica da profissão. De certa forma, ainda tenho. E isso foi o que me motivou a cursar Medicina”, conta. Inclusive,o interesse pela área da saúde passou para os filhos, já que ambos se formaram na área.

Para Necchi, em cuja ordem de prioridade a Medicina perde apenas para a família, trabalhar com o que gosta, com dedicação e amor à profissão, atuando como intensivista, junto a pessoas com quadros agravados, traz uma grande gratificação imaterial. “A recompensa do que eu faço é muito grande. Tenho muitos pacientes que passaram por mim e até hoje me encontram e são extremamente agradecidos. E isso cada vez mais me motivou a fazer o que faço com muito amor”, destaca.

Atuando diretamente na linha de frente durante a pandemia, ele conta que percebeu uma mudança na forma de encarar a profissão. Para Necchi, mais do que nunca, os profissionais puderam comprovar a relevância da atuação, muitas vezes sendo a única barreira entre um paciente contaminado e a morte.

Por outro lado, relembra os primeiros momentos de pandemia, quando muitos profissionais se afastaram da atividade. “Pessoalmente, não concordei com isso (o afastamento), porque acho que mais do que nunca devíamos fazer a nossa parte. Em um momento de crise na saúde mundial, mais do que nunca os médicos teriam que assumir, como de fato assumiram, toda a responsabilidade em atender todas as pessoas que precisavam”, recorda.

E a partir da grande crise sanitária testemunhada em escala global, Necchi destaca que espera maior valorização dos profissionais da saúde, não apenas médicos, mas todos que atuam no setor, junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), que centralizou os atendimentos durante o período, salvando a vida de milhões de brasileiros. “A medicina do SUS, basicamente, deveria ser mais profissionalizada, com melhor remuneração para todos os profissionais da saúde. O que fazemos é muito relevante e a pandemia provou isso”, destaca.

Necchi destaca que esta valorização deve partir das esferas de governo, já que a população já entendeu e reconheceu a importância dos profissionais que atuaram no combate ao vírus. “Tenho visto várias mensagens de apoio da população aos profissionais que se dedicaram, aos que morreram durante a pandemia, com respeito, com reconhecimento. Isso achei muito comovente”, destaca.

Manif:  “É necessário a retomada da medicina ética, de boas práticas, onde a prevenção com atendimento nas UBS seja reforçada”

Outro profissional destacado em seu segmento escolhido para a homenagem é Manif Curi Jorge, clínico geral e nefrologista responsável pelo setor de hemodiálise do Hospital Universitário da Urcamp. Com quatro décadas de atuação, ele conta que escolheu a Medicina através da influência do pai e dos tios, que também eram médicos. “Vendo a forma de fazer medicina deles, com claro olhar de participar da vida das pessoas, dar a contribuição, em todos os aspectos envolvendo a doença, me motivou muito”, explica.

Para ele, um dos principais objetivos da profissão, é a criação de uma relação de confiança, com estreitamento de relação entre médico e paciente. “A partir dessa relação de confiança, sigo o atendimento da medicina, que eu efetivamente adoro. Se eu tivesse que fazer tudo de novo, com certeza eu faria”.

E foi isso que buscou priorizar enquanto atuou na linha de frente. O médico ressalta que foi um momento histórico, que mexeu com todas as estruturas vigentes. “A nossa geração, provavelmente, não vai assistir mais nada parecido com isso. Mexeu muito com todos, com a vida das pessoas, dos doentes, dos familiares e dos profissionais da saúde”, aponta.

Inclusive, a prática médica também foi afetada diretamente durante o período, sendo posta em cheque em algumas situações, principalmente em referência aos tratamentos indicados sem comprovação científica. Sobre isso, Manif destaca: “Sempre me fixei no preceito daquilo que é ético, do que é correto, do que é seguro, sempre com uma conversa franca com os pacientes, entendendo que enquanto a ciência não nos mostrasse o caminho mais correto, eu ficaria na minha posição mais conservadora, fazendo a prática médica correta e segura”, disse.

Ele relembra que desde o início da pandemia, o que mais orientou foram os cuidados com os protocolos sanitários (uso de equipamentos de proteção, distanciamento e higienização constante das mãos), apostando na vacina como única saída possível, naquele momento. “Mesmo com todas as dúvidas que ainda faltam esclarecer sobre ela (vacina), como o tempo de permanência, a duração, taxa de efetividade global, ela mostra, neste momento, inequivocamente, um resultado excepcional”, aponta.

Manif destaca, ainda, que um novo desafio se avizinha, passado o momento de pico da pandemia. O agravo de outras doenças durante o período de distanciamento social compelido pela crise sanitária irão exigir atenção redobrada. “É necessário a retomada da medicina ética, de boas práticas, onde a prevenção com atendimento nas unidades básicas de saúde (UBS) seja reforçada, para que possamos seguir a linha que eu entendo como correta, que é prevenir o aparecimento de doenças e agravos”, destaca.

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