Campo e Negócios
Câmara Setorial discute situação da Pecuária de Corte e dos frigoríficos
Estoques de animais, entre machos e fêmeas, caíram 19,12% e 9,61%, respectivamente, entre 2018 e 2020
por Redação JM
Dados sobre abate de animais, a criação de um novo Instituto e o programa Agregar Carnes RS estiveram na pauta da reunião virtual da Câmara Setorial da Pecuária de Corte, realizada na tarde de quinta-feira, dia 4.
O diretor executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicardergs), Zilmar Moussalle, apresentou os dados de uma pesquisa realizada pela instituição que indicam que a ociosidade vem crescendo nos frigoríficos. Os motivos seriam a diminuição do rebanho gaúcho ao longo dos anos, a expansão das lavouras e as exportações de animais vivos para outros estados e para o exterior. Segundo ele, os estoques de animais, entre machos e fêmeas, caíram 19, 12% e 9,61%, respectivamente, entre 2018 e 2020. “Isto causa impacto em diversas cadeias, no que gira em recursos no estado e no que se deixa de arrecadar em ICMS”, destaca Moussalle.
O engenheiro agrônomo Paulo Spannenberg apresentou o Programa Estadual de Desenvolvimento, Coordenação e Qualidade do Sistema Agroindustrial da Carne de Gado Vacum, Ovino e Bufalino, conhecido como Agregar RS Carnes. O Programa, coordenado pela SEAPDR, foi criado em 2002 e tem por objetivo aumentar o abate realizado sob inspeção sanitária oficial e incentivar o desenvolvimento e a competitividade da cadeia produtiva da carne.
O programa dá incentivo fiscal a frigoríficos, com redução de ICMS de 3,6% na compra e de 3% ou 4% na saída dos produtos, e tem 110 indústrias habilitadas. Em 2020, foram concedidos benefícios aos frigoríficos na ordem de R$ 366 milhões.
Outra pauta foi apresentada pelo pecuarista Luís Felipe Barros, presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, criado há seis meses e que conta com 224 associados, principalmente nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste. O Instituto tem por objetivo conectar e integrar pecuaristas de todo o Rio Grande do Sul com informações de qualidade, compartilhamento de experiências, tecnologia para inovação, realização de compras em conjunto e elaboração de sugestões para políticas públicas voltadas à pecuária.