Cidade
Cresce procura por poços artesianos na região da Campanha
por Jaqueline Muza
Apesar dos municípios da Campanha gaúcha não terem decretado situação de emergência, muitos produtores rurais estão buscando alternativas para amenizar os efeitos da falta de chuva. Uma delas é a perfuração de poços artesianos, que, dependendo do local, podem ser um alento. A demanda tem crescido nos últimos dias.
Para ter acesso à água a partir de uma fonte subterrânea da propriedade não é tão simples, requerendo, inclusive, um processo burocrático, que é conduzido junto ao Departamento de Recursos Hídricos e Secretaria de Meio Ambiente do Estado para obtenção do licenciamento de perfuração e outorga do uso da água.
O técnico da empresa Hidrobrasil, especializada em perfurações de poços artesianos, Nilo Machado Rodrigues Filho, explica que após todos os trâmites, a perfuração, dependendo da profundidade, demora cerca de um dia e meio. Rodrigues comenta que já fez mais de 200 perfurações em Bagé e a demanda continua crescendo. "Temos agenda fechada até março", destaca.
O técnico salienta que para a perfuração no ponto exato e que dará mais vazão, ele utiliza o mapa hidrogeológico, que faz imagens via satélite. Além disso, a experiencia de 28 anos e o estudo da geofísica ajudam a definir o local mais apropriado para a perfuração. "A situação é critica. Estamos perfurando poços em todo o estado", comenta.
Rodrigues salienta que o tamanho e o valor da perfuração de cada poço depende da análise da equipe, que, após se basear no mapa e estudo, identifica o melhor lugar para a perfuração. “Um poço de 100 metros de profundidade tem um valor de perfuração estimado em R$ 24 mil, mas depende de muitas coisas", observa.
A maioria das perfurações é realizada fora do perímetro urbano. Na região da Campanha, o técnico já está com demanda em Bagé, Pinheiro Machado, Dom Pedrito, Candiora e Hulha Negra, além de Cachoeira do Sul.