COVID-19
Em 10 dias, fevereiro ultrapassa janeiro em número de óbitos relacionados à Covid-19
Apesar disso, casos fatais representam menos de 1% do número de diagnósticos positivos neste mês
por Melissa Louçan
Somente nos 11 primeiros dias de fevereiro, o número de óbitos associados à Covid-19 já superou o mês inteiro de janeiro. O ano iniciou com um total 297 mortes relacionadas ao vírus e encerrou com 303. Já em fevereiro, os registros subiram para 311 até a tarde de sexta-feira, dia 11.
Os oito óbitos registrados vêm na esteira do aumento significativo de contaminações, ocasionadas pela variante ômicron – que se dissemina de forma mais rápida, apesar de ser menos letal.
O número de casos registrados em fevereiro deve superar, em breve, o mês de janeiro. Enquanto em janeiro foram registrados 2.167 novos casos – maior número de registros em um mês desde o início da pandemia – fevereiro já contabilizou, até o momento, 1.937 casos – ou seja, seguindo a média de novas confirmações diárias, entre 150 e 200, o recorde deve ser batido antes do término da primeira quinzena deste mês.
Vale lembrar que o secretário de Saúde adjunto, Ricardo Necchi, apontou que o pico previsto de contaminações deve acontecer entre o final deste mês e início de março.Sobre o aumento do número de óbitos, ele aponta que quase todos tinham mais de 60 anos e alguma comorbidade, que agravou o caso. Apenas um dos pacientes, com mais de 90 anos, havia completado o esquema de vacinação, com as três doses. “A maioria dos pacientes que faleceu tinha mais de 60 anos, comorbidades graves e ou não tinham o esquema de vacinação completo ou nem haviam sido vacinados. Esse é o perfil dos óbitos que está acontecendo em Bagé”, destacou.
Mesmo com a projeção do aumento de novos casos, com a aproximação do pico previsto, Necchi explica que não é possível estimar o cenário de casos fatais, já que são quadros que dependem de diversas variáveis. Contudo, ele aponta que os casos mais severos estão em um cenário de possível estabilidade. “A aparentemente diminuição por demanda de leito, tanto clínico quanto UTI, faz esperar uma diminuição do número de óbitos, mas é impossível prever isso”, adianta.
Apesar de surpreender pela rapidez da escalada de novos casos e os óbitos registrados, é importante ressaltar que as oito mortes registradas em fevereiro representam apenas 0,41% do número de casos contabilizados no mês, até o momento, o que aponta para a efetividade da vacina na formação de uma frente de imunização.
Um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde do Estado (SES) apontou para a redução nas chances de óbito das pessoas vacinadas em comparação com as demais, principalmente nos idosos. O risco de morte entre as pessoas com 60 anos ou mais foi 21 vezes maior para aquelas pessoas sem nenhuma dose recebida em relação às pessoas com esquema completo mais dose de reforço. Na faixa etária dos 40 aos 59 anos, essa comparação foi 13 vezes maior.
Na faixa dos 20 a 39 anos, as pessoas com duas doses (ou dose única) tiveram um risco de óbito sete vezes menor em relação às não vacinadas. Esse foi um grupo que não foi avaliada a dose se reforço devido ao número pequeno de pessoas com essa situação.