Candiota e Hulha Negra - 30 anos
Calcário de Hulha Negra alimenta bases do desenvolvimento regional
por Redação JM
Da rocha branca, de origem sedimentar, a unidade da Mineração Mônego, instalada em Hulha Negra, extrai produtos que ajudam a alterar panoramas de campo e cidade. Às lavouras, a empresa entrega o calcário agrícola, empregado na correção de acidez do solo; já a brita é destinada à construção civil. Para atender a mercados distintos, o trabalho com o mineral utilizado no processo de dessulfurização de usinas térmicas movidas a carvão mobiliza 44 servidores, distribuídos em três turnos, em um cronograma anual de 365 dias.
O gerente da unidade, Flavio Raposo, explica que todo o processo de industrialização é feito em Hulha Negra. “Não existem barragens de rejeitos. A rocha é extraída da mina, através de detonação, e transportada para a britagem, dando origem ao rachão (pedra que pode ser usada para obras de calçamento, construção de barragens ou fundações de edifícios), britas e o calcário agrícola, fundamento da nossa produção”, pontua.
Os gigantescos caminhões da Mônego percorrem as vias que compõem a malha da mina de Hulha Negra, entre a área de produção e as estruturas de industrialização, há exatos 30 anos. “Quando a empresa se instalou, ainda em Bagé, veio (de Caçapava do Sul) porque já existia uma mina explorada pela Mineração Pedra Branca, que foi adquirida. A operação foi projetada especificamente porque a pedreira já existia, com foco na produção de calcário agrícola”, explica Raposo.
Com a instalação do município, em 1993, a mina passou oficialmente a integrar a economia de Hulha Negra, contribuindo com renda, através da geração de empregos, e com parcela significativa da arrecadação de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da Prefeitura, em uma relação de horizonte promissor. “No nosso ritmo de produção, e dependendo dos investimentos que serão feitos, existe uma projeção de operação de até 100 anos”, estima o gerente.
Engenheiro de minas, geólogo, motorista, médico do trabalho e engenheiro ambiental são alguns dos postos que compõem o quadro da Mônego. Técnico em Segurança do Trabalho na unidade de Hulha Negra, Maicon Santos conhece em detalhes o trabalho desenvolvido no terreno ambiental, com áreas reflorestadas e regeneradas. “Temos áreas destinadas ao reflorestamento e locais preservados, com restrições à caça e pesca, onde é comum encontrarmos muitos animais da fauna do Pampa”, garante.
Diferentes atividades desenvolvidas na planta hulhanegrense mobilizam pelo menos uma dezena de agentes de fiscalização. A lista inclui o Exército Brasileiro, a Polícia Federal, a Prefeitura e órgãos ambientais, como a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Cumprimos todas as exigências. Muitos acham que estamos depredando, sem saber que toda área minerada é trabalhada depois, com recomposição. Áreas já mineradas estão recompostas. Aqui não se trabalha para destruir, mas para construir”, resume Raposo.