Região
Praga que atinge lavouras da região pode reduzir em até 30% a produtividade da soja
por Jaqueline Muza
O boletim semanal da Emater/RS apontou a incidência de caruru nas lavouras de soja, em especial no município de Aceguá. A planta daninha está presente em mais de 70% da área de 30 mil hectares da oleaginosa e pode reduzir a produtividade. Também, de acordo com o material divulgado, há alto risco de disseminação pelo maquinário para outras lavouras, especialmente nos casos de colheita terceirizada.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater de Aceguá, Ricardo Medeiros, uma planta de Caruru por metro quadrado (m²) pode diminuir a produtividade da soja em até 32%. Ele salienta que, além de Aceguá, toda a região da Campanha está com infestação da praga. Segundo ele, o inço entrou na região através do Uruguai e Argentina e pode ser disseminado por pássaros, gado e até automóveis. “Cada planta de Caruru produz mais de 200 mil sementes”, ressalta.
O agrônomo explica que o caruru é uma das principais plantas invasoras da soja e compete com a oleaginosa por água, nutrientes e luz. “O combate era realizado com glifosato mas, agora, a erva já criou resistência”, disse.
Medeiros explica que, na atualidade, a praga precisa ser combatida com herbicidas hormonais, mas é necessário que seja aplicado antes do plantio da soja, com bastante cuidado. “É preciso garantir as condições técnicas ideais para que não se espalhe prejudicando os pomares frutíferos”, relata. O engenheiro da Emater informa, contudo, que a soja plantada de forma tardia tem menos incidência da praga.
Planta exótica
O caruru-palmeri (Amaranthus palmeri) é uma planta daninha exótica que teve seu primeiro relato no Brasil em 2015, no Mato Grosso. O que mais preocupa é o histórico de infestação e agressividade que esta planta apresenta, associados a uma grande capacidade de selecionar resistência a herbicidas. Caruru é a designação comum a certas plantas do gênero Amaranthus, da família das amarantáceas, algumas de folhas comestíveis, bastante utilizada em culinária. A maioria delas é considerada invasora de plantações.