Brasil
Setor da construção civil enfrenta desafios grandes, mas melhora na qualidade é clara
por Redação JM
O setor da construção civil no Brasil, após um crescimento de 7,6% no ano passado, chegou a 2022 com otimismo, contudo a forte alta nos preços dos insumos freou a expectativa dos empresários e tem sido um dos maiores problemas enfrentados pelo setor.
A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) informou que a inflação registrada nos materiais e equipamentos utilizados na construção civil foi de 51,21% de janeiro de 2020 a março de 2022, segundo o Índice Nacional do Custo da Construção (INCC).
Os aumentos foram notados principalmente em tubos e conexões de PVC (91,8%), condutores elétricos (91,9%), eletrodutos de PVC (70,8%) e vergalhões e arames de aço carbono (81,5%).
Novas exigências também trouxeram novos gastos, justificados por demandas de mercado e necessidades. Por exemplo, o revestimento acústico é um pedido cada vez maior das pessoas por seu claro reflexo no bem-estar dos moradores e colaboradores. Um bom projeto de revestimento acústico, feito por uma empresa especializada, é parte importante das melhores e maiores construções.
O Brasil também tem enfrentado um outro problema tão sério quanto o aumento das matérias-primas, que é a falta de mão de obra especializada ou não. Com a construção civil em alta, naturalmente surge a necessidade da contratação de mão de obra qualificada.
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) 77% das empresas estão encontrando sérias dificuldades em recrutar mestres de obras, carpinteiros, pedreiros e até mesmo serventes que são considerados mão de obra não qualificada.
Com o reaquecimento do setor da construção civil muitas empresas foram obrigadas a colocar a criatividade em prática para superar os obstáculos. As empresas começaram a investir na formação de profissionais qualificados. Essas empresas montaram oficinas profissionalizantes e os alunos passam por aulas teóricas e também práticas no canteiro de obras. A melhora na qualidade técnica é uma consequência.
Outras empresas optaram por fazer parcerias com escolas profissionalizantes, inclusive com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Apesar de tudo, o Índice de Expectativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que mensura a percepção do empresariado em relação aos próximos anos, cresceu 7,1 pontos. O número é importante porque é o maior desde o começo da pandemia.
Projeto Construa Brasil
O Ministério da Economia, conhecedor da importância e do potencial do setor da construção civil no PIB nacional e, além de tudo, de sua forte contribuição na geração de empregos tão necessários ao Brasil lançou o projeto Construa Brasil.
O projeto Construa Brasil tem como propósito incentivar as empresas do setor da construção civil e está apoiado em três pilares principais: a desburocratização, digitalização e industrialização.
Com o objetivo de desburocratizar, reduzir o Custo Brasil, e melhorar o estoque regulatório a fim de acompanhar as transformações tecnológicas e finalmente digitalizar o setor construção civil.
O Governo estabeleceu várias metas de padronização e simplificação dos códigos de obras e edificações com a finalidade de melhorar os processos de concessão de alvarás de construção. Serão também necessários maiores investimentos em infraestruturas e tecnologias para garantir a segurança e qualidade também no setor de mineração.
Afinal, uma grande parte da produção realizada por esse setor é direcionada diretamente ao setor da construção civil como o cimento, cascalho, alumínio, aço e gesso entre outros.
Enfim, o setor de construção civil neste ano de 2022 deverá ter um crescimento mais modesto por uma série de razões, depois de um crescimento até em meses desafiantes para a economia brasileira.
Dentre elas podemos citar o endividamento das famílias, a falta de segurança no emprego, a alta das taxas de juros praticadas, a inflação e como já dissemos anteriormente, a subida vertiginosa dos materiais de construção e a falta de mão obra especializada.
Outro fator a ser levado em consideração é que teremos um ano eleitoral onde o empresariado tem por costume interromper os investimentos colocando o pé no freio até ter a certeza do que pode ocorrer.