Campo e Negócios

Soja mantém produtividade estimada em 1,5 mil quilos por hectare no RS

Valor da saca de 60 quilos teve elevação de 2,61%

A ocorrência de chuvas frequentes e em alto volume, na maior parte do Estado, impossibilitou a colheita de soja em parte das lavouras ou ocasionou a sua realização em condições fora da normalidade em pequenos momentos ensolarados. Apenas no extremo norte do Estado, onde ocorreram menores precipitações, a operação prosseguiu em ritmo adequado. A proporção de lavouras colhidas, mesmo assim, subiu para 74%; 22% estão em maturação; e algumas já superam o momento ideal de corte. Os dados constam no Informativo Conjuntural, produzido e divulgado quinta-feira, dia 5, pelas gerências de Planejamento e Comunicação da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

Segundo o levantamento, a expectativa de produtividade manteve-se próxima a 1.500 kg/ha. "Em alguns municípios, o volume precipitado superou 300 mm no período e, nas localidades onde os volumes foram intensos, houve, até mesmo, danos nas lavouras, causados pelo escorrimento superficial de águas, pelo carreamento de solo e fertilizantes e pela formação de voçorocas. De maneira geral, não temos relatos de perdas por apodrecimento ou germinação dos grãos por se tratar da primeira sequência de chuvas expressivas sobre as lavouras após a fase de maturação. Os danos foram concentrados nas áreas de várzeas e em áreas próximas de cursos d´água na metade sul do Estado, onde houve forte acamamento de plantas e o alagamento por período prolongado. Contudo, há grande preocupação com a ocorrência de novas precipitações, que podem acarretar perdas por avarias nos grãos em lavouras maduras expostas a essa condição de tempo", menciona a análise.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, houve avanço pouco expressivo da colheita. "Na região da Campanha, produtores retomaram a colheita apenas no dia 30 de abril, contudo somente em lavouras situadas em áreas de coxilha, com pouca declividade e com máquinas tracionadas", cita o levantamento.

De acordo com a Emater, o teor elevado de umidade nos solos resulta em grandes rastros provocados pelo rodado das máquinas. Nessas áreas, a orientação é pela realização de gradagem para o nivelamento do solo, que deve proceder antes da implantação das lavouras ou das pastagens no período de inverno. Nas topografias planas ou com declive acentuado, o excesso de umidade impediu completamente o trânsito das colheitadeiras. "Em Dom Pedrito, a precipitação foi de 260 mm acumulados na semana, levando parte dos produtores a substituir os pneus das colheitadeiras por esteiras a fim de viabilizar a continuidade da colheita em terreno barrento", conclui o Informativo Conjuntural.

Conforme levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, houve elevação de +2,61% no valor da saca de 60 quilos em relação à semana anterior, passando de R$ 186,86 para R$ 191,73. O produto disponível, em Cruz Alta, teve elevação de +2,60% em relação à semana anterior, sendo cotado a R$ 197,00.