Brasil
Região Sul do país centralizou 20,2% das remunerações do comércio em 2020
por Melissa Louçan
Dados da Pesquisa Anual do Comércio, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), apontaram que com as medidas de isolamento social impostas pela pandemia de Covid-19, o setor do comércio perdeu 404,1 mil trabalhadores, em 2020, em comparação a 2019, das quais 90,4% eram referentes ao comércio varejista (-365,4 mil pessoas), queda de 4,8%.
No período, a Região Sul - Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná - concentrou 20,2% das remunerações pagas no comércio durante aquele ano - inclusive, foi uma das maiores concentrações, logo atrás da região Sudeste do país, com 55,6% , e à frente do Nordeste (12,7%), Centro-Oeste (8,4%) e Norte (3,1%).
Houve perda, também, no pessoal ocupado na atividade de comércio de veículos, peças e motocicletas (-76,6 mil), retração de 8,5%. O comércio por atacado foi o único a ampliar o número de funcionários, contratando 37,9 mil pessoas (+2,2%).
Além disso, no primeiro ano da pandemia, 73,7% da mão de obra do setor comercial estavam empregadas no comércio varejista (7,2 milhões de pessoas); 17,8% no comércio por atacado (1,7 milhão); e 8,5% no comércio de veículos, peças e motocicletas (829,4 mil).
A maior parte dos segmentos do comércio por atacado pagou, em 2020, salários médios superiores à média de empresas comerciais de 1,8 salário mínimo, com destaque para o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (5,1 salários mínimos); o comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (4,1 salários mínimos); e o comércio por atacado de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (3,6 salários mínimos).
Já as remunerações mais baixas foram encontradas nos representantes e agentes do comércio (1,1 salário mínimo); comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3 salário mínimo); e comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho (1,3 salário mínimo).
Atividades
Das nove atividades que compreendem o segmento de comércio varejista, apenas duas contrataram mão de obra, em 2020: a de hipermercados e supermercados (+1,8 mil pessoas) e a de comércio varejista de produtos farmacêuticos, perfumaria, cosméticos e artigos médicos, ópticos e ortopédicos (+318 pessoas). Já no comércio varejista de tecidos, vestuário, calçados e armarinho, a perda de postos de trabalho foi de 176,6 mil, o que representou redução de 15,3% no volume de pessoas ocupadas em relação a 2019.
A PAC 2020 revela que, em média, cada empresa comercial empregou sete pessoas, pagando cerca de 1,8 salário-mínimo por mês. O comércio por atacado empregou o maior número médio de pessoas (8), seguido do comércio de veículos, peças e motocicletas e do comércio varejista, ambos com média de 7 pessoas. Em relação à remuneração média, o comércio por atacado pagou os salários médios mensais mais altos (média de 2,7 salários mínimos), seguido do comércio de veículos, peças e motocicletas (2 salários mínimos) e do comércio varejista (1,6 salário mínimo, em média).
Os hipermercados e supermercados, por exemplo, empregaram, em média, 134 pessoas por empresa, em 2020, contra 91, em 2019. O comércio por atacado de mercadorias em geral teve média de 27 pessoas contratadas no primeiro ano da pandemia; e o comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes, 22 pessoas. No período de dez anos, o segmento de hipermercados e supermercados ampliou o número de contratados em 36 pessoas por empresa, em média, enquanto o comércio por atacado de mercadorias em geral diminuiu as contratações, em média, em 9 pessoas.