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Opinião

Nossa Senhora Auxiliadora e a Pedra Centenária

por Cláudio de Leão Lemieszek | Historiador | leao.bage@gmail.com

Em 09/05/2023 às 07:45h

por Redação JM

Nossa Senhora Auxiliadora e a Pedra Centenária | Opinião | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Arquivo Pessoal

No ano de 1923, em Bagé, não se celebrava, unicamente, o centenário da Revolução Gaúcha, acontecimento histórico que reservou para a Rainha da Fronteira a mais nobre das missões: sediar todas as tratativas de paz que levaram “borgistas” e “assisistas” a deporem as armas. Ainda que a situação fosse de conflito, nossa cidade manteve-se serena, substituindo as lanças pela pena, a luta sangrenta pela disputa diplomática e o ódio pela convivência pacífica.

Apesar da guerra e da gravíssima situação econômica dos fazendeiros com a queda do preço do boi, e da invasão do charque platino no país, Bagé viveu um ano de muitos acontecimentos festivos e de  novidades surpreendentes, com claros sinais de progresso socioeconômico e cultural.

Logo no início de fevereiro, chegava a notícia de que a Vinícola de J. Marimon e Filhos (Granja Seival) recebera a medalha de ouro na grande exposição do Rio de Janeiro, que celebrava o centenário da Proclamação da República.

Nosso município crescia a passos largos. Naquele ano, nascia uma nova charqueada resultante da sociedade firmada entre Rodolfo Moglia e João Prati Filho. A recente implantação da rede de esgotos era um sucesso absoluto. Dos 2.661 prédios existentes na cidade, 720 já se encontravam ligados à rede. Também o governo federal dava sua contribuição ao criar, aqui, o Posto Experimental de Veterinária, ao mesmo tempo que inaugurava o Quartel da Artilharia.

A vida elegante e artística de Bagé andava a pleno vapor com bailes, reuniões, chás-dançantes animados pelo piano. As poltronas dos teatros Coliseu e Avenida eram disputadas palmo a palmo com muita antecedência, o mesmo acontecendo com a realização da segunda audição da recém -inaugurada Escola Musical de Bagé. Não foi diferente, também, a concorrência de público na exposição de pintura de Alcides Maia, ou quando o Dr. Galba Paiva lançou seu livro de versos “Folhas”.

A saúde obteve incríveis progressos, tais como a criação da Cruz Vermelha de Bagé, e, por iniciativa do Dr. Cândido Gaffrée, a Santa Casa de Caridade inaugurou sua maternidade que começou a funcionar com onze leitos. Ainda, na Santa Casa, o Dr. Gaffrée montou o Instituto de Profilaxia de Doenças Venéreas.

Na área esportiva, a “coqueluche” do momento, pode-se dizer, era o jogo de pingue-pongue e a alta temporada de tênis, culminando com a primeira partida de jogo de polo realizada no Estado e organizada pelos oficiais do 3º GAC. Porém, a solenidade que mais chamou a atenção da população,  naquele ano, foi a Festa de Nossa Senhora Auxiliadora, que teve seu ápice, no dia 24 de maio, pelo fato de  ter reunido um público raramente visto até então.

O dia anterior marcou o término da novena em preparação às celebrações comemorativas do dia consagrado à padroeira de Bagé. No dia 24,  os festejos tiveram início bem cedo, às 7h30min, quando o bispo de Pelotas, Dom Joaquim Ferreira de Mello, vindo a nossa cidade exclusivamente para presidir as solenidades, celebrou missa festiva coadjuvado pelo Monsenhor Costábile Hipólito e pelo vigário da paróquia e diretor do colégio Auxiliadora, Pe. Antônio Almeida Lustosa.

A missa em louvor à Virgem Santíssima, que foi realizada na então Capela, emocionou as mais de 300 pessoas que se aproximaram da mesa eucarística para comungar, ao som do coro que entoou a “Missa de Kunz”, cantada pelo Monsenhor Costábile.

Após a celebração, um verdadeiro “mar” de pessoas postou-se ao redor do bispo de Pelotas, no terreno, para assistir ao lançamento da Pedra Fundamental da igreja. Antes da bênção, Dom Joaquim pronunciou um discurso, destacando a importância da cerimônia, e, após, ao som da Banda Musical do Coronel Joaquim Brandão, foi assentada a primeira pedra da nossa majestosa Igreja Nossa Senhora Auxiliadora. Seria impossível, neste espaço, registrar a presença dos fiéis ali presentes, mas podemos destacar: Tupy Silveira, Mercedes Nogueira, Samuel Silva, Coronel Camilo Mércio, Ernestina Costa, Antônio Barbosa Netto, Biloca da Silva Tavares, Nina Luiz Silva, João Fileto Correa, Carolina Netto Gonçalves, Carlinda Giorgis, Carlos Mangabeira, Eulália Olivella, Dr. Cândido Bastos, Domingas Garrastazu, Bebeto Candiota, Laura Laranjeiras, Edith Dupont, e muitos outros.

Depois dessa pomposa solenidade, estava prevista a tradicional procissão que, devido ao mau tempo, foi transferida para o domingo seguinte, dia 27 de maio. Por fim, no domingo, deu-se a continuidade das cerimônias, desta vez lideradas pelo Pe. Antônio Lustosa, com a realização da procissão. O cortejo foi puxado pelo Monsenhor Costábile Hipólito, e o andor de Nossa Senhora, belamente ornamentado, foi conduzido pelas senhoras salesianas e senhoritas da sociedade,  acompanhadas pelas meninas Zilda Suñe e Suelly Quintana, vestidas  de anjo, e pelo  Menino Jesus, Alberto Cardoso Correa.

Desnecessário contar, que o povo que acompanhou o séquito religioso ocupava mais de três quarteirões e percorreu as ruas da cidade demonstrando profunda devoção.  Viva nossa igreja centenária! Viva Nossa Senhora Auxiliadora!

 

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