Campo e Negócios
Embrapa Pecuária Sul vive expectativa por modernização após inclusão no Novo PAC
por Redação JM
Com atuação no desenvolvimento de pesquisas focadas na produção de carne de qualidade diferenciada e sustentável, a Embrapa Pecuária Sul, que tem sede em Bagé, vive a expectativa em contar com recursos que permitam uma modernização ampla de equipamentos e laboratórios não vista há pelo menos 15 anos.
A inclusão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária nos investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) prevê, até 2026, a destinação de pelo menos R$ 1 bilhão. Esse montante, claro, será dividido entre todas as 43 unidades espalhadas pelo país. De qualquer maneira, o que está estabelecido é que R$ 850 milhões irão para investimentos estratégicos para aumentar a competitividade científica do agro brasileiro e, os R$ 145 milhões restantes, para o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA).
Após o anúncio do Novo PAC, a diretora-executiva de Pessoas, Serviços e Finanças da Embrapa, Selma Beltrão, disse tratar-se do maior volume de investimentos que a empresa já recebeu. E esclareceu que o valor não inclui custeio e despesas obrigatórias. “Precisamos do engajamento, da força e da confiança de todos os empregados nesse grande desafio”, afirmou ao lembrar que a Embrapa sofreu na última década com a falta de investimentos em sua estrutura de pesquisa. "O Novo PAC traz a possibilidade de a Empresa se modernizar para os próximos 50 anos e responder mais rapidamente aos desafios de garantir segurança alimentar, inclusão socioprodutiva e digital no campo, desenvolvimento de tecnologias ômicas e geração de métricas e indicadores de sustentabilidade para as diversas cadeias produtivas", explicou.
A posição vai ao encontro do cenário visualizado na unidade de Bagé. Chefe de Administração da Pecuária Sul, Estefânia Damboriarena recorda que a última atualização estrutural ocorreu em 2008. "Investimos na compra de veículos, em obras de infraestrutura e nos laboratórios de pesquisa Analítica e de Sanidade Animal", lembrou ao frisar que, agora, há uma demanda pela incorporação de novas tecnologias que permitam ultrapassar a defasagem.
Deixando claro que é preciso aguardar até haver uma definição sobre quanto será destinado para cada unidade melhorar suas estruturas, Estefânia disse crer que, de qualquer maneira, o foco deverá passar pela modernização da Pecuária Sul. "Temos que atualizar nosso parque de máquinas, de veículos e nos laboratórios, para poder contribuir ainda mais em pesquisa, especialmente considerando a mudança produtiva regional, que está cada vez mais com sistemas integrados de pecuária sustentável", exemplificou.
Para se ter uma ideia, até o aporte atual, a Embrapa Pecuária Sul conta, ao longo dos últimos sete anos, com apenas 1% do orçamento geral destinado para novos investimentos, o que impede muitos avanços. Ou seja, a possibilidade de alguns milhões a mais para os próximos anos, abrem alguns horizontes. "A última obra de adequação dos prédios, que estamos finalizando, é referente aos Plano de Prevenção de Combate a Incêndios (PPCI). Além disto, estamos há 13 anos sem concurso, alguns funcionários se aposentaram e outros aderiram ao Plano de Desligamento. Ou seja, é outra necessidade que temos", comentou.
Por fim e de forma independente ao quantitativo de valores que deverão ser alocados na unidade bajeense, Estefânia ressaltou trata-se de um aporte que será significativo. "A notícia é fenomenal. É preciso estabelecer as priorizações para garantirmos que sejamos, cada vez mais, um centro de referência em carnes, o mais próximos possíveis da evolução tecnológica", concluiu.