Campo e Negócios
Ofício de domador deve se tornar patrimônio cultural do Rio Grande do Sul
por Redação JM
A lida do homem junto ao cavalo, que resultou na criação do ofício de domador, deve ser instituída, ainda este ano, como um patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul. A proposta para esta medida foi anunciada na quinta-feira, dia 31, pela deputada estadual Adriana Lara, na Expointer, durante agenda com o vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Filipe Pavei.
De acordo com a deputada, a proposição partiu após um pedido de Pablo Souza, que acompanhou a tratativa em Esteio. O jovem é neto do lendário domador bajeense e campeão, por cinco vezes, do Freio de Ouro, Vilmar Souza, também chamado de "Ginete do Século'. "A ideia é não deixar morrer esta tradição. Eu, como primeira deputada eleita na região da Campanha, me sinto lisongeada em levar esta proposta adiante, que busca perpetuar um símbolo do nosso Estado. E, claro, também destacar a memória deste ilustre bajeense", frisa.
Vale lembrar que, desde 2002, o Rio Grande do Sul já tem, como patrimônio cultural, o cavalo crioulo. Com a nova iniciativa, destaca Adriana, ocorrerá o encontro "do domador com o cavalo".
O que diz a proposta?
Segundo o projeto protocolado na Assembleia Legislativa, o ofício de domador, que define um profissional habilidoso em montar e trabalhar com cavalos, possui uma forte tradição e importância cultural no Rio Grande do Sul. Ainda desta que o 'Estado detém uma significativa criação de cavalos crioulos, uma raça específica que movimenta a economia nacional através de eventos como a prova do Freio de Ouro. Ao longo do ano, domadores e cavalos treinam e participam de classificatórias para chegar à final'.
A proposta também argumenta que "a profissão de domador é muito valorizada, pois a parceria entre o profissional e o cavalo é fundamental para o sucesso do conjunto. Além disso, os domadores devem seguir regulamentos específicos da prova e se vestir de acordo com a tradição gaúcha, utilizando chapéu ou boina, camisa, lenço, guaiaca, bombacha e bota. A gineteada, por exemplo, é uma competição em que o objetivo é permanecer o máximo de tempo possível em cima do cavalo, também está relacionada ao ofício de domador. Essa tarefa é desafiadora, uma vez que os cavalos são mal domados e oferecem resistência.'
"Reconhecer o ofício de domador como patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul é fundamental para preservar e valorizar essa tradição centenária, que representa a habilidade, a destreza e a relação harmoniosa entre o homem e o cavalo. Além disso, essa medida contribuirá para a promoção do turismo cultural do Estado, a valorização dos profissionais e a preservação das técnicas e conhecimentos transmitidos ao longo das gerações", frisa o texto assinado por Adriana.