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GRANIZO EM BAGÉ

Após granizo, bajeenses buscam reconstrução de suas casas

Em 26/09/2023 às 13:03h
Rochele Barbosa

por Rochele Barbosa

Após granizo, bajeenses buscam reconstrução de suas casas | GRANIZO EM BAGÉ | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Final de semana foi marcado por realização de reparos em telhados | Foto: Felipe Valduga

Mais de 10 mil imóveis foram afetados pela tempestade de granizo ocorrida na madrugada de sábado, dia 23, em todas regiões de Bagé, de acordo com dados da Defesa Civil. O cenário, após a passagem do fenômeno climático, foi de uma verdadeira destruição. Famílias inteiras, ainda quando estava escuro, partiram pelas ruas em busca de lonas e telhas para reparar telhados destruídos que, com a sequência da chuva, molhavam residências por completo, causando, a cada minuto, mais perdas.

O JM acompanhou, desde a madrugada de sábado, todos os acontecimentos. Foram quase 20 reportagens tratando exclusivamente do assunto ao longo do final de semana. E muitos depoimentos de bajeenses que, em alguns casos, perderam tudo que tinham.

Para o morador da rua Valter Fagundes, no bairro Malafaia, Alexandre Alves Basto de Melo, o temporal assustou ele e a esposa enquanto estavam dormindo. “Começou a cair o granizo e atingiu todas as peças da casa. Quatro peças alagadas. Eu subi no telhado e botei umas telhas velhas que tinha, mas não adiantou”, contou. Ele foi até o Centro Administrativo na tarde de sábado para receber lonas, mas estava desesperançoso, sem saber o que iria fazer.

Já Luis Flávio Saraiva, morador da rua Monte Líbano, bairro Getúlio Vargas, teve todas as telhas da casa de quatro peças furadas. “Acordei assustado, levantei com um estouro, não sabia o que estava acontecendo. Eu e a minha esposa apenas nos recolhemos para uma peça onde chovia menos, vim de manhã (no sábado) e como não tinha conseguido fazer o cadastro, retornei de tarde”, explicou.

Irmãos moradores do bairro São Bernardo, na rua 24 de agosto, estavam desalentados com o ocorrido. Edson Jardim da Silva contou que, em seus 67 anos de vida, nunca havia passado por uma situação como esta. “Tem cinco peças na minha casa, todas foram atingidas. De manhã, por volta das 10h (de sábado, dia 23) fui fazer um reparo, mas contei cerca de 15 furos nas telhas, uns buracos enormes. Tentei arrumar, até porque achamos que tinha mais pessoas precisando, então não queria vir pedir, mas não consegui arrumar com o que tinha e tive que vir, pois com a chuva que veio depois, vazou e molhou tudo novamente”, salientou. Sua irmã, Noranei Jardim da Silva, estava indignada com a situação. “A tendência é aumentar a água lá dentro, precisamos esperar a ajuda chegar, já era para estar programado esse auxílio, toda hora tão falando. Era uma tragédia anunciada, teria que ter uma resolução imediata", reclamava enquanto esperava ser chamada para receber lonas e telhas.

Na tarde de domingo, dia 24, a reportagem do Minuano visitou outros moradores. O aposentado Manoel Neves, morador da rua do Esperanto, no bairro Pedra Branca, disse que se assustou. “Me levantei, me assustei e começou a abrir buracos nas telhas, até na frente da casa furou tudo. Não estragou as coisas porque tapamos com lona, meu filho arrumou”, declarou, apontando os buracos na frente da casa.

Já Zilma Luiz Lopes, de 80 anos, também moradora da rua do Esperanto, contou que mandou mensagem para Defesa Civil mas, até o domingo, ninguém havia ido no local. “Eu estava dormindo e me acordei pensando que estavam apedrejando minha casa. Daí começou a entrar água para dentro de casa, quebrou telha, cano, tudo. Arredei os móveis, mas estou com muitas goteiras. Ainda não me ajudaram, ainda estou com as goteiras. Ahora que vier chuva novamente vou ter que me virar", lamentou.

O idoso de 87 anos, Afrânio Franco, morador da rua 1º de Maio, disse nunca havia visto um temporal de granizo como o que aconteceu. “Eu comecei a trabalhar cedo, com 8 anos, era leiteiro. Acordava de madrugada e até saia com relâmpago e temporal, granizo, mas umas pedras pequenas do tamanho do grão de feijão, agora foi gigantesco. Isso vai ficar para história”, afirmou.

Luismar Ferreira Pereira, morador da avenida São Judas Tadeu, no bairro Bonito, relatou que um sobrinho está internado após ter sofrido um acidente enquanto tentava consertar o telhado da casa. “Minha irmã é cadeirante e o filho dela, meu sobrinho Maicon, de 30 anos, que cuida dela. Depois do temporal ele foi arrumar o telhado, estava descendo da escada e escorregou. Caiu de uma altura de uns dois metros mais ou menos, bateu a cabeça num portal de concreto e sofreu um traumatismo”, contou, preocupado. Proprietário de uma lenheira, disse que o espaço foi bastante danificado. “Aqui fez diversos furos, mas na minha casa foi pior. Nos abrigamos em uma peça, comprei já quatro telhas mais resistentes para arrumar, consegui no sábado mesmo, agora estou com receio de subir para consertar, mas vou ter que fazer”, relatou.

A trabalhadora doméstica Mayara Luiz de Luiz, de 33 anos, moradora da rua Francisco Brochado da Rocha, contou que sua casa, assim como da mãe e do avô, que ficam próximas, foram todas atingidas pela tempestade de pedras. Quando o JM a visitou, um grupo estava atuando nos reparos, já em um estágio avançado, após a troca de muitas telhas inteiras. Ela conta que estava dormindo e acordou com o barulho. “O primeiro barulho foi de acordar apavorada e me agarrar na minha filha, de 4 anos. Ela começou a chorar. Eu e meu marido levantamos e abrimos a janela e nos apavoramos com o tamanho das pedras. Na minha casa, contamos uns quatro a cinco buracos grandes, nas quatro peças e na aba que guardamos o carro, mais alguns furos. Já na casa da minha mãe foi bem pior, compramos 10 telhas para reformar”, relatou.

Pela manhã, Mayara disse que o marido dela e a mãe saíram cedo para comprar telhas. “Fiquei arrumando as coisas, estava tudo molhado, móveis, roupas, a casa estava toda virada. Hoje (domingo) meu compadre e o outro amigo vieram para ajudar a colocar telhas. A gente não foi buscar ajuda na Prefeitura, pois a gente entende que tem famílias que precisam muito mais", relatou.

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