Fogo Cruzado
Jovens representam menos de 2% das filiações partidárias em Bagé
por Redação JM
Poucos mais de 17 mil eleitores bajeenses são filiados a partidos políticos. Deste contingente, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), menos de 2% têm idades entre 17 e 24 anos, totalizando apenas 236 filiações. O número representa leve crescimento, no comparativo com 2022 (quando 212 jovens estavam filiados), mas é inferior ao contingente de 2021 (que contabilizava 266 filiações).
A filiação partidária é condição básica para a elegibilidade. A legislação determina que só pode se filiar a um partido quem estiver em pleno gozo dos direitos políticos. Para se candidatar a cargo eletivo, porém, é preciso estar filiado a uma sigla partidária no mínimo seis meses antes da data fixada para o pleito. Em todo o país, de acordo com o TSE, o contingente de jovens filiados a partidos soma 170 mil, e o cenário é de redução deste quadro.
Dezoito dos 29 diretórios de partidos com representação em Bagé têm filiados com idades entre 17 e 24 anos, segundo dados oficiais do TSE: Cidadania, MDB, Novo, PCdoB, PL, PDT, Progressistas, Podemos, PSD, PSOL, PSDB, PTB, PT, Republicanos, Rede, PV, Solidariedade e União. Em alguns partidos, a exemplo do PT, o cenário é de crescimento do quadro.
O presidente do diretório municipal, Flavius Borba (Dajulia), afirma que a procura, por parte de jovens, para filiação ao PT, aumentou. “Temos uma juventude muito bem organizada, com bastante participação, que é responsável por vários eventos do PT, e participam do movimento estudantil, em todos os níveis”, pontua, ao salientar que a juventude ‘tem uma influência grande dentro do PT e terá ainda maior’.
Na avaliação do presidente do PL de Bagé, Marcelo Nalério, com o ambiente de polarização, ‘a juventude hoje não consegue muitas vezes chegar para discutir ideias e debater questões fundamentais na sociedade’. “Muitas vezes os jovens em geral têm muito medo de serem cancelados por posicionamento político ‘a’ ou ‘b’”, pondera.
Nalério explica que o partido, em Bagé, está organizando ‘setoriais de juventude, mulheres e queremos algo que avance no agro’. “Os jovens rurais estão bastante organizados e acredito que já participando dos grandes debates na sociedade e intervindo mais nas discussões nacionais e desafios regionais”.
Ainda de acordo com o presidente, o PL em Bagé terá candidatura a prefeito, e, nas fileiras das candidaturas a vereador, ‘a juventude do campo e da cidade precisam estar representadas e trabalharemos forte este tema’. “O PL tem sido pela expressão nacional através da vinculação do presidente Bolsonaro muito procurado pela juventude já identificada com a direita e mais conservadora. Teremos em breve um grande ato de filiação de jovens ma cidade de Bagé”, adianta.
Candidaturas em baixa
As candidaturas de jovens, em Bagé, são pouco expressivas, em termos estatísticos. No pleito municipal de 2008, de acordo com levantamento do TSE, por exemplo, apenas 10 dos 180 postulantes a cargos eletivos, no município, tinha idades entre 18 e 24 anos. E esta foi a maior proporção até então.
No pleito de 2012 foram registradas oito candidaturas jovens em um total de 227 postulantes. Nas eleições de 2016, foram apenas sete candidatos em um total de 208. E no pleito de 2020, foram contabilizadas 10 candidaturas em um universo de 275.
A abstenção entre os jovens, em Bagé, também chama a atenção. O voto é obrigatório para eleitoras e eleitores com idades entre 18 e 70 anos. Dentro desta faixa etária, a maior abstenção registrada nas eleições de 2020 corresponde ao eleitorado com idade entre 21 e 24 anos, representando 27,08%.