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Segurança

Réus são condenados por tentativa de homicídio no Residencial Charrua

Em 17/11/2023 às 22:04h
Rochele Barbosa

por Rochele Barbosa

Réus são condenados por tentativa de homicídio no Residencial Charrua | Segurança | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Foto: Rochele Barbosa

Caroline Oliveira de Oliveira, de 31 anos, e Luis Henrique Costa Rosito, de 32, foram condenados, nesta sexta-feira, dia 17, em júri popular realizado no Fórum de Bagé. Ele foi sentenciado a 12 anos e quatro meses de prisão em regime fechado; e ela a seis anos em regime semiaberto, sendo que vai responder em liberdade. Eles eram acusados de tentarem matar Crizanto Scoto da Silva, em 3 de novembro de 2021, por volta das 9h, no Residencial Charrua, localizado na Rua Homero Fagundes da Rosa.

De acordo com a denúncia, os réus, previamente conluiados e ajustados, e um outro indivíduo não suficientemente identificado durante as investigações, integrante da facção criminosa Os Tauras, arregimentou Rosito e Caroline para matar a vítima, devido à uma dívida de tráfico de drogas. "O réu recebeu da ré um revólver, calibre 38, dirigiu-se ao quarto onde a vítima estava dormindo, momento em que o abordou, ordenando que deitasse de bruços, quando, efetuou-lhe disparos de arma de fogo, sendo que vários negaram por falha de eficácia dos cartuchos, mas um o alvejou, causando-lhe as lesões no braço e na mão direita", especificou a acusação.

Ainda de acordo com o MP, o delito foi impelido por motivo torpe, uma vez que decorrente de desavenças relacionadas ao tráfico de drogas e seus consectários comerciais, em extremo desvalor da vida humana, motivo abjeto e vil. "Em razão disso, os denunciados foram contratados pelo mandante para cometer o homicídio", reforça.

Conforme a denúncia, a vítima, desarmada, foi surpreendida e atacada pelos denunciados em preparada situação de armamento, quando o executor, após ordenar que deitasse de bruços, lhe efetuou, de inopino, vários disparos de arma de fogo, sendo que, após vários cartuchos apresentarem falha de eficácia, um projetil a acertou, o que dificultou qualquer reação defensiva ou fuga.

"A ré concorreu ativamente para o crime, na medida em que, além de ter prestado auxílio material, entregando a arma de fogo ao réu executor o auxiliou moralmente seu comparsa com sua presença incentivadora, em todos os momentos do fato, inclusive realizando a gravação da ação criminosa, em um vídeo de telefone celular", mencionou a acusação.

Depoimentos

Foram ouvidos, pela acusação, três policiais, sendo dois policiais militares que efetuaram a prisão em flagrante e um policial civil que participou da investigação dos fatos.

De acordo com os policiais militares, a denúncia chegou através de uma ligação para o 190, sendo que a pessoa informou que, após o fato ter ocorrido, eles estariam limpando o local. "Os brigadianos ainda destacaram que, ao chegarem no local, as duas mulheres, sendo uma delas a ré, estavam indo embora e a vítima tinha se deslocado para o Pronto-Socorro. A ré trazia, na bolsa, a arma do crime, que foi apreendida. O réu estava tentando fugir, mas foi abordado e preso", resumiu.

O policial civil, por sua vez, ressaltou que fez toda a investigação do fato e o que mais chocou foi o fato de eles terem filmado com um celular toda a ação. As imagens foram reproduzidas durante os interrogatórios.

Interrogatório

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O primeiro réu a ser ouvido foi Luis Henrique, que falou que conhecia a vítima e que tinha vindo de Porto Alegre a convite dele para conhecer a ré. “Nós estávamos juntos, daí fomos buscar a Caroline e estávamos usando drogas. Estávamos muito alterados, por causa da droga e da bebida. Eu conheci a vítima por um aplicativo Facebook e a arma era dele, não sei porque atirei. Eu tinha ido para conhecer a ré, mas não tem essa de tráfico, eu somente roubava telefone e já tive preso, mas nunca tinha atirado em alguém. Não lembro de nada, não sei quem filmou”, contou.

Já Caroline contou que conhecia a vítima, pois eram vizinhos em Hulha Negra, cidade em que ela residia. “Eles me buscaram de carro, a gente bebeu, usou drogas. Estava alterada aquele dia, não lembro porque eu filmei, mas ele pediu e eu gravei. Eu não sei se a arma era dele, mas quando eles me buscaram o réu já estava armado, não sei porque ele deu os tiros. Retornei e peguei a bolsa. Ao meu ver, eu não fiz nada de errado, depois que ele atirou eu ainda falei para parar, mas eu fiquei com medo”, disse.

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