Região
Produtores rurais bloqueiam trânsito no trevo de Hulha Negra em protesto por ajuda
por Melissa Louçan
Na tarde desta quarta-feira, dia 31, produtores rurais da região, principalmente de Hulha Negra, bloquearam o trânsito pela BR-293. Eles esperam que a pressão leve o Governo Federal a atender as reivindicações e melhorar a situação dos agricultores. A principal reivindicação é a flexibilização no pagamento de dívidas, que enfrentam prejuízos devido às condições climáticas adversas.
Vitor Bruno Mielke Baumbach, um dos organizadores, criticou a demora do governo em responder às demandas dos produtores. "O cenário é catastrófico, especialmente em Hulha Negra, onde já foram declarados sete Decretos de Situação de Emergência devido às condições climáticas adversas. A situação é insustentável e os pedidos de ajuda foram feitos diretamente ao ministro Paulo Pimenta, que visitou a região em julho", afirmou.
Os produtores, incluindo pequenos, médios e grandes, relataram perdas significativas devido a secas sucessivas e chuvas excessivas. O documento entregue ao ministro reivindicava a securitização das dívidas dos agricultores, anistia das parcelas do Pronaf e Pronamp de 2024, liberação do CPF dos agricultores para acesso a novos recursos até 15 de agosto de 2024, liberação imediata de recursos para capital de giro, criação de um grupo de trabalho para diagnosticar o endividamento agrícola e formação de uma equipe interdisciplinar para diagnosticar o processo agrícola e pecuário regional.
O ministro Pimenta prometeu uma resposta rápida às demandas. Contudo, o mês de julho encerrou sem que os produtores tenham recebido nenhum retorno, segundo eles.
Miquel Tessmer Vahl, agricultor, explicou a situação: "Estamos reivindicando aqui, desde o dia 17 de junho, sobre as negociações exigidas pelo governo. Pedimos um prazo maior para pagar as dívidas. Não só Hulha Negra, mas também Candiota, Aceguá, Pedras Altas, Pinheiro, Piratini".
{AD-READ-3}Valdinei Matos, outro agricultor presente na manifestação, destacou a abrangência dos impactos: "Não é só os plantadores, mas também a pecuária, gado leiteiro, apicultores, todos estão nessa situação crítica hoje. O clima não tem cooperado, e todos estão no mesmo barco. Temos agricultores, tambeiros, apicultores, produtores de leite, de grãos e pecuaristas participando da manifestação."
Os manifestantes garantiram que o ato é pacífico e que o trânsito está fluindo, ainda que de forma lenta, permitindo a passagem de ambulâncias, polícia e veículos com exames ou compromissos médicos agendados.