Cidade
Debate sobre situação do Arroio Bagé marcará Dia do Patrimônio Cultural
por Jaqueline Muza
A obra poética do escritor Ernesto Wayne, "Panelinha do Candal", será encenada e debatida em 16 de agosto, às 15h, no Museu Dom Diogo de Souza. O tema será apresentado pela Cia de Comédias Bufões da Rainha, para marcar o Dia Nacional do Patrimônio Cultural.
O evento tem direção de Sávio Machado, com leitura dramática de Maíra Zago e participação da soprano Luiza Babot, em uma promoção da direção do Museu Dom Diogo de Souza/Urcamp, com participação do Ecoarte e apoio da Associação dos Amigos dos Museus de Bagé.
Conforme o diretor dos Bufões da Rainha, Sávio Machado, o grupo retorna ao Museu com a terceira edição do projeto "Conversa ao Pé do Palco". Ele explica que o programa é direcionado ao calendário cultural e a ideia é refletir sobre o Patrimônio Cultural.
De acordo com Machado, o evento vai se concentrar na leitura dramática do texto, com efeito reflexivo dos convidados para o debate, que ocorrerá logo em seguida. Ele adianta que a conversa será em formato de mesa-redonda, com a participação de convidados do Ecoarte para a discussão sobre a grave situação do Arroio Bagé, unificando forças para decidir como atuar na preservação do patrimônio natural. “É importante encenar temas que retratam nossa cultura, ambientada na história e na tradição do povo da fronteira, falando das belezas e das mazelas de forma poética e de fácil linguagem”, disse.
O diretor ressalta que a obra de Wayne tem um toque de nostalgia regional, tratando das condições do Arroio Bagé com a leveza da literatura regional, abordando a conservação natural das encostas do arroio, suas águas límpidas, as margens com sua vegetação nativa e fauna, que influenciaram diretamente a vida dos moradores da cidade. “O texto abraça as imagens do arroio em tempos passados e faz severas denúncias sobre a grave situação que vivenciamos nos dias atuais”, comenta.
Machado salienta que a reflexão do poema de Wayne dos anos 80 faz repensar esse problema ambiental que o município enfrenta há décadas, ainda sem solução. “Buscamos na arte e na educação formas de alertar sobre esse tema tão degradante no mundo em que vivemos", enfatiza.
O Dia Nacional do Patrimônio é celebrado em 17 de agosto, mas como este ano cai em um sábado, será comemorado na sexta-feira, dia 16.
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Dentro do precioso cenário do Museu Dom Diogo de Souza e como uma promoção do ECOARTE e apoio da Associação dos Amigos dos Museus, em seus empenhos de ação educativas, teremos um debate sobre nosso histórico e importante Arroio Bagé, neste mês do patrimônio
Num tempo de preocupações climáticas e de um novo e urgente paradigma de desenvolvimento sustentável, na era do Antropoceno em que as trocas entre os potenciais da terra e da humanidade precisam ser redefinidas em função de nossa sobrevivência, o tema da água passa a ser vital.
O Arroio Bagé funciona como um reequilibrador de energias em oxigenação e deverá ser um dos nossos mananciais naturais a ser cuidado amplamente, porque cuidará de nós. Ainda tem sua posição histórica, porque a cidade nasceu ao seu redor.
Na Panela do Candal se molhavam as rodas das carretas para incharem e seguirem suas trajetórias em nossas revoluções. Será um debate importante trazendo à nossa consciência e, novamente, à nossa cidadania. Esse arroio, que é o nosso grande patrimônio natural e que marca a cidade como um de seus mais fortes privilégios, junto às cidades gaúchas e brasileiras. Um arroio que corta uma cidade seria um orgulho no primeiro mundo e, para nós, uma imposição de valorizar e cuidar como um de nossos tesouros (ECOARTE).
O Arroio Bagé já é patrimônio considerado patrimônio municipal e participa do orçamento municipal por lei de autoria de Luís Carlos Deibler, integrante do Ecoarte. E por ação desse grupo, hoje convive com a comunidade à céu aberto. E se recusa a ser lixeira. Haverá no ato a expressiva interpretação da poesia de nosso grande poeta Ernesto wayne. Parte da sensibilização do evento, com "Os Bufões da Rainha", que assumirá esse momento. Grupo que integra, junto com o Ecoarte e a Associacao dos Museus, essa tão imprescindível iniciativa, no mês de pensarmos nossa identidade e nossos compromissos éticos de cidadania.
Elvira de Macedo Nascimento - Mercinha
ECOARTE 2024