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Bagé registra diminuição nas linhas de telefonia fixa
Publicada em 20/07/2017
Acompanhando uma tendência nacional, os bajeenses estão deixando de lado o telefone fixo. De acordo com balanço oficial da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 225 linhas foram canceladas, no município, em pouco mais de dois anos. A redução mexe com a rotina de empresas e instituições que dependem do velho aparelho telefônico.
Em Bagé, existem, atualmente, 22.470 linhas fixas de telefone. Em janeiro de 2015, entretanto, haviam 22.695. O serviço operado por concessionária foi o que mais perdeu clientes. Em 2015, 13.157 bajeenses tinham linhas fixas de concessionária e 9.538 contavam com terminais de empresas autorizadas (que geralmente oferecem o telefone como produto de uma gama, composta por televisão e internet).
Em maio deste ano, 12.083 continuavam com o número da concessionária e 10.387 utilizavam a autorizada. A perda da concessionária, portanto, foi de 1.074 terminais, em dois anos. O aumento das autorizadas, em contrapartida, foi de 849 linhas.
Tendência
A redução é verificada em praticamente todos os estados. Em números gerais, no mês de maio de 2017, a telefonia fixa registrava, no Brasil, 41.293.287 linhas em operação (16.931.393 vinculadas às autorizadas e 24.361.894 às concessionárias). Este total representa uma diminuição de 2.277 mil (-0,01%) para as autorizadas e 73,08 mil (-0,30%) para as concessionárias, em comparação com o mês anterior, de acordo com a Anatel.
Migração e desistência
Quem cancela uma linha telefônica fixa, deixa de pagar a taxa básica de serviço, que representa um pacote de minutos para ligações para outros telefones fixos, dentro do município. O bolso agradece. Mas a redução no orçamento gera outros reflexos, interferindo, por exemplo, em instituições que recorrem ao telemarketing, como alternativa para captar recursos, a exemplo do Instituto Caminho da Luz e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bagé.
Para manter os serviços, as entidades precisaram se adaptar. A arrecadação através do telefone auxilia na manutenção. Nas duas instituições bajeenses, seis pessoas trabalham no setor. Conforme a supervisora do telemarketing da Apae, Márcia Paz, a migração da linha fixa para a autorizada leva a associação a perder os contatos com doadores.
Para manter o sistema, ela salienta que foi necessário adquirir celulares de diferentes operadoras. “Quando realizamos o cadastro, pedimos o máximo de informações possíveis de contato, mas, mesmo assim, houve uma redução”, conta.
No Caminho da Luz, a situação é parecida. A entidade precisou adquirir uma central telefônica e fazer planos com operadoras para poder fazer as ligações. De acordo com o vice-presidente da instituição, Ruibar Freitas, o aparelho conseguiu diminuir muito o valor das tarifas telefônicas.
Segundo Freitas, a migração ou desistência da linha, por parte dos doadores, é uma questão difícil de adaptar, visto que muitos não atualizam o cadastro. “Tivemos uma redução de mais de 20% na arrecadação”, ressalta.
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