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Fé e devoção marcam dia de Nossa Senhora Aparecida
A chuva forte de quinta-feira não impediu os fiéis bajeenses de prestarem homenagens a Nossa Senhora Aparecida. A tradicional procissão da padroeira do Brasil, que iniciou na Catedral de São Sebastião, encerrou na comunidade da Vila Gaúcha, reunindo centenas de devotos, que caminharam usando guarda-chuvas, capas e sombrinhas até completar o percurso. Na chegada, fogos de artifício marcaram o início da missa campal, na rua batizada com o nome da santa.
Muitas pessoas fizeram a caminhada religiosa descalças. Foi o caso da costureira Isolda Resende, 60 anos. A devota participa há 10 anos da procissão e cumpre uma promessa que fez para sua saúde e de membros da família. Ela leva a imagem e conta que a devoção é tão grande que já foi ao Santuário de Aparecida, em São Paulo. “Venho muito feliz. Enquanto tiver força virei descalça”, ressalta.
A comerciante Valéria da Silveira Camargo, 38 anos, também não se importou com a chuva. Ela cumpriu uma promessa que fez para a santa, acompanhando a procissão com um manto e a coroa da padroeira. Valéria salienta que fez a promessa, neste ano, pela saúde da mãe, foi atendida muito rápido. “Já era devota e agora reforçou minha fé”, comenta.
O marceneiro Luís Felipe Santos, 65 anos, acompanhou o cortejo acompanhado de seu cavalo. Os dois seguiram a caminhada. Santos conta que há oito anos participa da procissão e somente no ano passado o animal não participou, devido ao mormo. “Tenho ele há 19 anos e anda sempre comigo”, disse.
Padroeira do Brasil
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por dois pescadores, no rio Paraíba do Sul, na região de Guaratinguetá, estado de São Paulo, em 1717. Domingos Martins Garcia, João Alves e Filipe Pedroso já pescavam há bastante tempo, sem que conseguissem tirar peixe algum das águas. Foi quando João trouxe em sua rede a parte correspondente ao corpo da imagem e, depois, lançando a rede um pouco mais distante, trouxe nela a cabeça da santa. Dali por diante, a pescaria tornou-se copiosa e, receosos de que a quantidade de peixe trazida para os barcos ocasionasse um naufrágio, os três amigos voltaram para casa, trazendo a imagem e contando a todos o prodígio que haviam vivido.
O culto à santa não tardou a tomar vulto. À imagem, que representa Nossa Senhora da Conceição, logo foi dado o nome de Aparecida, por ter aparecido do meio das águas nas mãos dos pescadores. Inicialmente instalada em uma capela na vila dos pescadores, já por volta do ano de 1745 teve sua primeira igreja oficial, em torno da qual viria a nascer o povoado e o santuário de Aparecida.
A consagração de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil ocorreu em 31 de maio de 1931, em uma celebração que reuniu um milhão de devotos. Os padres redentoristas, responsáveis pelo Santuário Nacional de Aparecida, articularam a construção da basílica que hoje abriga a imagem da santa. O projeto teve início em 1955, com a concretagem da nave norte. Construído em forma de cruz, possui capacidade para abrigar 45 mil pessoas e possui uma infraestrutura especial para o atendimento de romeiros que procuram o lugar durante todo o ano para prestar culto à Padroeira. No dia 4 de julho de 1980, o papa João Paulo II, em missa celebrada no Santuário, consagrou a Basílica, que recebeu o título de Basílica Menor.