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CGTEE busca apoio financeiro internacional para realização de manutenção na UTE Candiota III
A Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) busca financiamento, junto à Eletrobrás e instituições financeiras, para realização de um “overhaul”, revisão periódica da unidade e manutenção especial do complexo. Sem o aporte do BNDES, investidores da China têm se tornado as principais alternativas para o setor energético.
Circulou na imprensa estadual, nesta semana, a informação de que a Eletrobrás busca apoio no mercado internacional, principalmente em órgãos financiadores chineses, como a China Development Bank (CDB). Além disso, teria fechado contrato de R$ 230 milhões, sem licitação, com a empresa chinesa Citic (detentora da expertise) para realizar a revisão da usina.
O custo da manutenção é alto, com necessidade de aquisição de peças e serviços junto à Citic e fornecedores nacionais. Em anos anteriores, a companhia buscava financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Em 2016, o órgão de financiamento extinguiu o apoio às usinas térmicas a carvão e óleo. Desta forma, a Eletrobrás/CGTEE teve de se voltar para outros lados, em busca de apoio.
De acordo com Eletrobras, o valor do "overhaul", por se tratar de uma usina projetada especificamente para o carvão de Candiota, com alto teor de cinzas, e por ser o fornecedor que detém a expertise desta usina, foi avaliado através de análise de razoabilidade de preços baseada em propostas de fornecedores similares, para efeito comparativo com os preços dos equipamentos originais que foram projetados para esta usina.
Em resposta ao contato feito pela reportagem do Jornal MINUANO, a companhia explica que após a negativa do BNDES às UTEs, o setor teve de buscar recursos junto a outras fontes, mesmo sem garantir que a atual fonte de financiamento é internacional para execução do “overhaul”.
Desligamento de 90 dias
Uma questão que pode gerar algum desconforto para a empresa é o tempo de paralisação necessário para a manutenção, que deve ser realizada até o final deste ano. Para revisão do complexo, é necessária a paralisação de 90 dias da usina. Mas tanto a Fase A quanto a Fase B estão fora de operação. Ou seja, todo o complexo seria forçado a pausar a produção de energia.
A Fase B foi desativada em fevereiro de 2017, em atendimento a Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado com o Ibama, e as atividades da Fase A foram interrompidas em dezembro do ano passado. Com isso, a Fase C é a única térmica a carvão em operação, com capacidade para até 350 megawatts (MW).