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Políticas públicas sobre autismo são debatidas em Bagé
A Câmara de Vereadores de Bagé realizou, no sábado, um debate regional sobre o autismo. A sessão especial, proposta pelo líder do PT, vereador Lélio Lopes (Lelinho), contou com a participação do deputado estadual Catarina Paladini, do PSB, além de vários representantes de movimentos sociais. O encontro foi articulado para discutir o desenvolvimento de políticas públicas locais, com foco na perspectiva da inclusão.
Paladini é autor da lei estadual que cria a política de atendimento de pessoas com diagnóstico de autismo. O parlamentar destacou a experiência do município de Cristal, pioneiro na criação de um centro de tratamento específico. Conforme Lelinho, esse foi o primeiro debate sobre o tema em Bagé. A partir de agora, será criado um grupo de trabalho para pensar atividades e realizar mobilizações de conscientização sobre o autismo. “Devemos realizar alguma ação no dia Mundial de Conscientização do Autismo (2 de abril)”, relata.
Uma das representantes do grupo de pais e amigos dos autistas, Ana Elisa Pacheco, salienta a importância desse tipo de debate para que aumente o tratamento especializado. Ela conta que seu filho de 10 anos tem autismo moderado, que altera principalmente a parte social. “Ele tem o distúrbio na fala e recebe atendimento de fonoaudióloga, musicoterapia e equoterapia. Estamos buscando outras alternativas”, ressalta.
A psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (Caps I), Dilce Helena Aguzzi, disse, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que três em cada 80 crianças tenham algum grau do transtorno. Os níveis de comprometimento são classificados em graus leve, moderado ou severo.
Para a presidente da Associação Bajeense de Pessoas com Deficiência (Abadef), Cimone Barbosa, o evento auxilia na luta dos direitos e igualdade de condições. “Os autistas têm um transtorno no comportamento, que é atípico, e, muitas vezes, não são reconhecidos por não terem uma deficiência aparente”, disse.
Denominado como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o distúrbio afeta o desenvolvimento neurológico, caracterizando prejuízos na comunicação, na interação social e no comportamento. A assistente social do Caps I, Simonea Leal, relata que é necessária uma assistência especializada e união de esforços para que o cenário mude. “O reconhecimento do transtorno é necessário”, defende.