Cidade
Prefeitura aguarda licença prévia para transferir estruturas da Usina de Asfalto
A reclamação dos moradores do entorno da usina de asfalto a quente e a frio pertencente ao município de Bagé, que está situada em uma área residencial no bairro Popular, vai motivar a transferência da estrutura até uma cascalheira às margens da BR-153. A mudança, já anunciada pelo Executivo, depende de licença prévia para ocorrer. Por outro lado, o uso do mesmo espaço para a extração de material foi autorizada, conforme anuncio feito, nesta semana, pela administração municipal.
Conforme o secretário de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano, Ronaldo Hoesel, a ideia de mudar a usina iniciou no final de 2017, quando os moradores do entorno da estrutura e pais de crianças que estudam na Escola Municipal de Educação Infantil Tia Scylla solicitaram a transferência devido ao barulho, pó e fumaça. Ele explica que os órgão fiscalizadores vistoriaram a área e foi comprovado que o local é inapropriado para a indústria. "A prefeitura não foi impedida de produzir, mas decidimos parar por um período e utilizar apenas para finalizar a obra da Padre Abílio Sponchiado e realizar melhorias no entorno do bairro Getúlio Vargas", disse. Ele ressalta que entrou com o pedido de licenciamento em diversos locais de Bagé, só que toda a vez que havia um espaço apropriado, existia uma legislação que não permitia a instalação da usina. "Fizemos o processo no Parque do Gaúcho, onde foi realizado todo o levantamento, licenciamento, e, após o envio de toda documentação necessária, também foi descoberta uma lei de criação do Parque que não permitia a instalação de indústria no local", explicou, justificando o atraso para o deslocamento.
Hoesel enfatiza que, com a nova área, serão cumpridas as exigências ambientais para esse tipo de atividade, em um local apropriado. A previsão é que as estruturas estejam prontas ou em fase de instalação e seja feita a mudança de local em três meses. "Posteriormente, devemos licitar o restante do material necessário, como galpões, locais para abrigar refeitórios, banheiros, laboratório e depósito para armazenar o material e toda a infraestrutura necessária para que possamos trabalhar com tranquilidade", destaca.
Extração de material
De acordo com o titular da Secretaria de Gestão, Planejamento e Captação de Recursos (Geplan), Eduardo Deibler, existe a possibilidade de se realizar uma Parceria Público Privada (PPP) para a extração do material. “O alto custo operacional para a retirada do granito inviabiliza essa ação por parte da prefeitura, por isso a PPP vem ao encontro das necessidades, pois cerca de 15% da mistura utilizada na pavimentação asfáltica é composta pela pedra, como brita, pó de brita e o rachão, que compõe a base asfáltica”, explica.
Segundo o geólogo Everton Meira, foram realizadas quatro perfurações no local, o que possibilitou uma análise qualitativa da pedra. “Perfuramos cerca de um metro em quatro pontos, onde pudemos verificar a alta qualidade da pedra granítica, popularmente conhecida como moura”, diz.
Atualmente, a licença contempla cerca de 2,8 hectares, conforme o Executivo, podendo ser aumentada em breve para cinco hectares, com validade de quatro anos.