Cidade
Bagé registra queda no número de detecção da Aids
O dia 1º de dezembro é marcado pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids, data que tem como objetivo conscientizar sobre a doença, prevenção, tratamento e redução do preconceito. Em Bagé, a equipe do Serviço de Atenção Integral à Sexualidade (Sais) realizará ação na Praça Silveira Martins, das 10h às 16h.
Nesta semana, o Ministério da Saúde (MS) divulgou dados sobre a redução progressiva na taxa de detecção de Aids, no Rio Grande do Sul, nos últimos 10 anos, com uma queda de 36,2%. O Estado apresenta uma taxa superior à do Brasil (18,3 casos/100 mil habitantes), sendo a terceira mais elevada do país.
De acordo com os indicadores e dados básicos da Aids nos municípios brasileiros, informados no site do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle da IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais, do Ministério da Saúde, Bagé apresentou uma grande queda no número de detecções em 2017. O índice vem caindo desde 2014, quando o serviço registrou 37 novos registros informados durante o ano. Em 2015, este número caiu para 36, e, em 2016, bateu 35 novos registros. Já em 2017, a queda foi vertiginosa, quando apenas 15 casos foram informados. Já a taxa de detecção informada pelo departamento é de 28,6 casos a cada 100 mil habitantes.
É importante destacar que a queda no número de registros não significa a diminuição de pessoas infectadas, e sim a queda do número de pessoas que realizam o exame e procuram tratamento médico. De acordo com a coordenadora do Sais, Rosane Gonzáles, o serviço atende não apenas Bagé, mas também municípios da região, como Candiota, Hulha Negra e Aceguá. Ao todo, 509 pessoas realizam terapia antirretroviral no Sais.
Gestantes
No levantamento, foi apontado que a taxa de detecção de gestantes com HIV, no Brasil, apresentou tendência de aumento, sendo de 2,8 casos para cada mil nascidos vivos em 2017. O RS ocupa o primeiro lugar no ranking dos estados com a maior taxa de detecção, com 9,5 casos para cada mil nascidos vivos.
No Brasil, no período de 2007 a 2017, foi possível observar uma redução na taxa em crianças menores de cinco anos, chegando a 2,0/100.000 habitantes em 2017. No RS, essas taxas vêm oscilando ano a ano, porém com tendência de declínio, passando de 13,1 casos por 100 mil habitantes em 2007 para 6,0/100 mil habitantes em 2017, o que corresponde a uma queda de 54,2%. Porto Alegre, apesar da tendência de declínio, segue sendo a capital com a maior taxa no país (12,9/100 mil habitantes em 2017).
Em Bagé, desde que começaram a ser contabilizados os casos de gestantes infectadas, foram registrados 84 contágios confirmados, sendo oito deles apenas em 2017. Rosane explica que o tratamento adequado às gestantes tem obtido sucesso em evitar a transmissão vertical. “O tratamento funciona muito bem. Em 2018, tivemos apenas um caso em que houve transmissão, relativo à uma gestante de Aceguá que fugiu do tratamento”, relata.
Mortalidade
No Brasil, o coeficiente de mortalidade padronizado por Aids no período de 2007 a 2017 apresentou uma queda, passando de 5,6 para 4,8 óbitos/100 mil habitantes. No RS, a mortalidade por Aids tem sido quase o dobro da mortalidade no Brasil nos últimos anos. Porém, é possível observar um declínio de 21,7% na mortalidade no Estado, passando de 11,5 em 2007 para 9,0 óbitos/100 mil habitantes em 2017.
Em Bagé, o departamento de vigilância aponta o total de 125 óbitos desde 1996, sendo que o ano com maior índice da década foi registrada em 2015, com 14 mortes relacionadas à doença. Em 2016, foram 12 óbitos.