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Aumenta registro de Microempreendedores Individuais em Bagé
Dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged, mostram que a Rainha da Fronteira contava com 17.792 empregos formais em regime celetista no início de 2018. Ao término do ano, foram registrados mais de 5,7 mil desligamentos. Ao mesmo tempo, o número de Microempreendedores Individuais (MEIs) cresceu em relação ao ano anterior. Seria o desemprego, então, o principal motivador para a criação desses novos CNPJs?
No ano passado, a movimentação no mercado de trabalho contou com 6.075 admissões, das quais 4.570 foram destinadas ao reemprego. Para o primeiro emprego, foram destinadas 890 vagas. As vagas abertas para Contratos por Prazo Determinado totalizaram 609 representando 10,02%. Os desligamentos totalizaram 5.739 e, destes, 3.494 ocorreram por dispensa (Sem Justa Causa e Com Justa Causa). Os desligamentos espontâneos foram de 1.031.
O número oscilante de empregados e desempregados pode ser percebida, também, no número de empresas que iniciaram e encerraram operações no ano passado. Em 2018, o número de registros de microempreendedores individuais cresceu em relação ao ano anterior, quando 59,9% das 638 empresas abertas eram MEIs. Em 2018, apesar do número de empresas ser relativamente menor, 481, o número proporcional de MEIs registrados foi ligeiramente maior, totalizando 60,1%.
Ainda dentro desses índices, das 481 empresas criadas em 2018, 27 encerraram as atividades antes do ano acabar.
Negócio próprio como alternativa
Situações de desemprego podem ser o estopim para explicar o alto registro de Microempreendedores Individuais. Como muitos profissionais sem ocupação contam com boa qualificação profissional, muitos decidem empreender e investir em negócio próprio.
Foi o que fez Renata Lima. Aos 28 anos, desistiu do emprego formal e de sua área de formação profissional (jornalismo) para investir em negócio próprio e um antigo sonho: ser tatuadora. De lá para cá, após muito trabalho, cursos de aperfeiçoamento e técnica, foi ganhando seu próprio espaço e clientela fiel. "Trabalhei cumprindo horário para outras empresas durante quase 14 anos. Quando decidi virar autônoma, sabia que era importante ter tudo regularizado direitinho e resolvi virar MEI. Vi que era a forma mais simples de ter acesso a algumas facilidades para os empreendedores e também uma segurança financeira para o futuro, pois sigo contribuindo", conta.
Mesmo quando a despedida de um emprego formal para abraçar a autonomia de um negócio próprio é uma decisão calculada, a instabilidade pode deixar os empreendedores receosos. Mas para a tatuadora, é apenas mais um desafio, que ela encara de forma tranquila e com naturalidade. "Tenho algumas regalias como autônoma, como a flexibilidade de horário e poder organizar minha vida pessoal e profissional como fica melhor para mim. Claro que tem aquela responsabilidade com o dinheiro, porque a gente nunca sabe o quanto vai entrar no mês, mas eu encaro como um privilégio poder sair de um emprego por escolha própria. Por enquanto, não penso em voltar a ter um emprego formal. Estou empresária, autônoma, um pouco sem dinheiro, mas bem feliz", brinca.
Previsão melhor para o desenvolvimento empresarial
Durante o ano de 2018, muitas empresas de fora se instalaram na cidade e algumas confirmaram a chegada. Em todos os setores, desde serviços a alimentação, como a Zé Pneus e Cremolatto Sorvetes, até instituições de ensino, como a Rockfeller Language Center, a cidade de Bagé foi ganhando incremento na economia, com a geração de emprego e circulação de valores.
Nos primeiros dias de 2019, os bajeenses já viram a abertura parcial das Lojas Americanas e aguardam a confirmação de instalação de outras grandes redes como Magazine Luíza, Havan, Lebes e Renner.
"No geral, 2018 foi um ano positivo para Bagé, mesmo dentro de nossas dificuldades, conseguimos trazer empresas para a cidade e potencializar as que já existem aqui", destaca Bayard Paschoa Pereira, responsável pela pasta de Desenvolvimento Econômico.