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Servidores do Judiciário de Bagé realizam avaliação do movimento de greve
Há mais de uma semana em greve, os servidores do Judiciário da comarca de Bagé realizaram, ontem, uma avaliação do movimento que teve início no dia 24 de setembro. A atividade aconteceu no Fórum e reuniu diretores do Sindicato dos Servidores da Justiça do Rio Grande do Sul (Sindjus/ RS) e da Associação Beneficente dos Oficiais de Justiça do RS (Abojeris). Na Rainha da Fronteira, 21 trabalhadores se integraram ao movimento mantendo o percentual de 30% da força de trabalho exigido por lei.
De acordo com a oficial escrevente da 2ª Vara Cível de Bagé e integrante do comando de greve, Rosângela Borba Lacerda, na terça-feira os trabalhadores de todo o Estado participaram de uma caminhada em Porto Alegre, que contou com cerca de mil servidores. Os grevistas realizaram um ato em frente ao Tribunal de Justiça do RS e, logo após, no Palácio da Justiça, realizaram uma manifestação na Assembleia Legislativa. A categoria exige que a Administração do Tribunal de Justiça abra negociação sobre os principais pleitos dos trabalhadores, principalmente quanto à questão salarial e à extinção de cargos.
Rosângela informa que os servidores também querem trancar o avanço da tramitação, na Assembleia Legislativa do Estado, do projeto de Lei 93/2017, que extingue os cargos de oficial escrevente do quadro funcional do TJRS e cria em substituição o cargo de técnico judiciário, com sistema de progressão na carreira. A servidora informa que a cúpula do Poder Judiciário estadual não apresentou ao Sindjus/RS alternativas no sentido de possibilitar que os mais de 3,5 mil servidores que ocupam esse cargo, atualmente, não fiquem em um “limbo” funcional após a extinção.
O Sindicato, inclusive, elaborou proposta para o TJRS que prevê transformação dos cargos de oficial escrevente em técnico judiciário, mas não recebeu retorno sobre a análise da medida, apesar do compromisso estabelecido em audiência pública realizada pela Comissão de Segurança e Serviços Públicos (CSSP) da ALRS no dia 15 de agosto. Conforme a categoria, a greve já alcança cerca de 80% das comarcas do Estado.
A oficial escrevente ainda ressaltou que TJ estadual foi reconhecido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por 11 anos consecutivos, como o mais eficiente do País e, mesmo assim, os trabalhadores do Judiciário gaúcho enfrentam cinco anos de congelamento salarial e falta de perspectivas de progressão na carreira.