Cidade
Professores e alunos da Urcamp apresentam proposta para revitalização do Clube Comercial
Os professores do curso de Engenharia Civil da Urcamp, Emílio Mansur, Daniela Marques e Ronald Rolim de Moura apresentaram, na noite de terça-feira, na Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), uma proposta para a revitalização do Clube Comercial. O projeto arquitetônico foi idealizado pela formanda da graduação de Arquitetura e Urbanismo, Gabriela Pereira Morales, orientada pela professora Marília Barbosa e implementado pelos engenheiros através do novo modelo de ensino da instituição, que conta com demandas da sociedade atendidas pelos projetos integradores realizados pelos acadêmicos.
O Clube, erguido entre 1934 e 1937, com projeto de Carlos Moreira, foi dissolvido em assembleia realizada em julho deste ano e, agora, deve encerrar as atividades no final de dezembro. A venda foi estipulada pelo valor mínimo de R$ 8 milhões.
A proposta, porém, prevê a revitalização da entidade através da venda de cotas, através de Financiamento Coletivo denominado Equity CrowdFunding. O valor da cota é a partir de partir de R$ 500. Conforme Mansur, a ideia é construir um local de convivência para a população, que utilizaria o prédio do Clube, que é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), e ainda erguer um anexo na parte dos fundos, com acesso pela avenida Marechal Floriano.
O engenheiro salientou que o novo complexo seria chamado de Centro Cultural e Comercial e contaria com confeitaria, restaurante, auditório superior, salão de festas, salas de escritórios, duas lojas no subsolo, pela Sete de Setembro, além de um memorial do clube, biblioteca e setor administrativo. Para o anexo, pela Marechal Floriano, estão previstas duas lojas, sala escritórios, academia, espaço gourmet, sala multifuncional, salas colaborativas e um spa. “O valor total da revitalização é de R$ 2,4 milhões, que deve ser arrecadado através dessas cotas”, comenta. Mansur ainda ressalta que, do valor adquirido com a comercialização ou aluguel das peças, 60% será destinado para instituições de caridade (após o pagamento do passivo) e 40% aos investidores (retorno previsto de mais 8% ao ano).
Aciba
O presidente da Aciba, Pedro Ernesto Capiotti Obino, assim como os empresários presentes, demonstraram interesse pela proposta, como uma das formas de manter a entidade centenária viva e, desse modo, auxiliar para que não fique na mão de apenas um comprador. Para Obino, a proposta se mostra comercialmente viável e atrativa.
A reunião foi acompanhada por dois integrantes da comissão de dissolução e venda do Clube, Roberto Bandeira e Dóris Vaz. Após a explanação de Mansur, Bandeira informou que é necessário formalizar a proposta, que então deve ser apreciada pelo setor jurídico, bem como o Ministério Público, que está acompanhando o processo de dissolução. Ele ressaltou que a proposta é nova, mas é necessário estudar a viabilidade do ponto de vista jurídico. Alguns empresários presentes, aliás, chegaram a se comprometer em adquirir algumas cotas para, desse modo, evitar que o Clube seja vendido.