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Segurança

Operação Deu Zebra prende “Barão do jogo do bicho” em Bagé

Publicada em 26/04/2017
Operação Deu Zebra prende “Barão do jogo do bicho” em Bagé | Segurança | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Chaveiro foi chamado para abrir cofre na casa do acusado

Foi deflagrada, ontem, a Operação Deu Zebra, em 14 cidades do Rio Grande do Sul. Com objetivo de combater o crime organizado, lavagem de dinheiro e os jogos de azar, a Delegacia Regional da Polícia Civil de Santana do Livramento coordenou as investigações, que contaram com 273 policiais civis, militares e rodoviários federais. O aparato contou ainda com um helicóptero. Foram desenvolvidos 16 meses de trabalho de monitoramento e escutas de telefonemas entre os líderes e subordinados do "jogo do bicho".

Em Bagé, foi preso o que a polícia considera um dos maiores líderes da organização criminosa, o advogado Mário Sérgio Kucera. Descrito na operação como "Barão dos jogos", ele foi detido, na manhã de ontem, em sua casa, no Edifício Avenida, na avenida Sete de Setembro.

A delegada Ana Luísa Tarouco informou que, também em Bagé, foram presas cinco pessoas e outras três foram conduzidas coercitivamente (levados para depor obrigatoriamente): o gerente da Caixa Econômica Federal, um funcionário do acusado (Kucera) e uma agente de trânsito da Secretaria Municipal de Segurança e Mobilidade de Bagé.

A atividade policial cumpriu 35 ordens de busca e apreensão em Bagé. Somando-se às demais áreas do Estado onde o tema foi alvo de investigação, 175 ordens judiciais foram cumpridas no dia de ontem. Houve, também, segundo informações de um inspetor responsável pela ação no município, restrição de contas bancárias, restrição dominial (de domínios) e apreensões de 57 veículos, entre carros e motos. Em São Gabriel, também foi preso, na noite de segunda-feira, Marcos Dierka, que também tinha "bancas" em Bagé e foi apontado como outro líder da organização.

A delegada descreveu que chegou até os dois acusados e demais participantes mediante escutas de mais de 415 mil ligações telefônicas grampeadas. Ela também reuniu relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os documentos revelariam que os grupos teriam se valido de uma extensa rede de lotéricas, lojas e laranjas para lavar dinheiro de origem ilícita do jogo do bicho.

Ana também contou que foram detectados casos de jogadores compulsivos se desfazendo de patrimônio para entregar aos bicheiros. Também há a informação de que era utilizado um carro da Prefeitura de Bagé para o recolhimento do dinheiro do jogo e transporte de equipamentos, como levar máquinas para outras bancas.

Em quatro anos, os "barões dos jogos", supostamente, movimentavam mais de meio bilhão de reais (R$ 521 milhões), entre lucros, pagamentos de prêmios e despesas. A organização teria acumulado cerca de R$ 11 milhões em veículos, imóveis e contas.

Escritório do jogo

Os investigadores acusam Mário Kucera de atuar no ramo há pelo menos 20 anos, sendo considerado pela polícia o segundo maior "bicheiro" do Estado. De acordo com a delegada Ana Tarouco, Bagé foi denominada "Las Vegas dos Pampas", pois os jogos e apostas ocorriam próximo a estabelecimentos comerciais, com todos vendo e sabendo da atuação. "Era aberto, todos tinham conhecimento e foi dito por ele mesmo, em escutas, que havia na cidade mais de 300 máquinas de jogo do bicho. Para uma cidade do tamanho de Bagé, é muita máquina, muito jogo", explicou.

Tecnologia

Ana relatou que mais de 500 funcionários trabalhavam para Kucera. Faziam parte do grupo, vigilantes e até policiais militares, que serão investigados pela corregedoria da Brigada Militar. "Eles tinham todo aparato para realização dos jogos, organizados em recolhimentos e pagamentos para jogadores", completou a delegada de Santana do Livramento. Na medida em que as investigações avançavam, os agentes foram se espantando com a tecnologia empregada pelo grupo. "Eles alteravam as máquinas de cartões de créditos para efetuar as apostas", detalha. O procedimento eletrônico podia ser acompanhado pelos líderes da contravenção até pela internet, por onde eles fiscalizavam a movimentação e o volume de jogos.

A origem

A chegada até o líder da organização se deu através de uma denúncia feita em Santana do Livramento, na fronteira com o Uruguai. "Ficamos sabendo da atuação do MK (Mário Kucera) e, então, em um ano e quatro meses investigamos todas as ligações para chegarmos até essa operação de hoje (ontem)", ressaltou. Uma das bancas, que seria o escritório do "bicheiro", situava-se no Edifício Avenida, onde foram apreendidos diversos materiais, computadores, dinheiro e máquinas. "Ele também dominaria pontos em Santana do Livramento, Rosário do Sul, Caçapava do Sul, São Gabriel e Santo Ângelo", informa a delegada.

Para a lavagem de dinheiro que circulava pelo negócio, usaria principalmente as lotéricas da Caixa Econômica Federal em nome de laranjas, mas também contas bancárias em nome de outras pessoas. "Apreendemos motos e carros. O poder Judiciário também bloqueou contas, sequestrou prédios, antigos cinemas, apartamentos e outros imóveis", destacou a delegada.  

Ao revistar a casa do acusado de ser líder da organização criminosa, foram encontrados vários pontos que serviam para esconder dinheiro, em notas de pequeno valor, e também recibos. Um chaveiro foi chamado para abrir um cofre na residência de Kucera. 


Nota de esclarecimento da prefeitura

O secretário municipal de Segurança e Mobilidade, delegado aposentado Paulo Véras Simões Pires, esclarece que a servidora municipal, conduzida coercitivamente na manhã de ontem pela Operação Deu Zebra, já havia sido afastada de suas funções como agente de trânsito em janeiro. Simões Pires contou que recebeu informações sobre a suspeita e a afastou das atividades na rua. Ao deslocá-la para serviços administrativos, o secretário garante que também a proibiu de utilizar o veículo.

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