ELLAS
A vacina é a solução?
por Aline Fontoura de Leon Escritora
por Viviane Becker
Esta é a pergunta que ecoa em meus ouvidos. Se for a questão física do vírus, a resposta é afirmativa, porém, vivemos uma crise não somente na saúde, mas também de valores. Há meses estamos lutando contra esse inimigo invisível, que se apoderou de nossas vidas. Apesar de ser algo ainda desconhecido, as medidas de prevenção são divulgadas amplamente. E que dificuldade temos de cumprí-las! É incrível a falta de consciência coletiva.
Estamos longe de sermos um país civilizado, solidário e consciente. A pandemia comprovou isso. Embora estejamos convivendo com a face mais cruel da finitude, cada um cuida de seus próprios interesses e a maioria de nossos governantes regem este momento sem um mínimo de preparo. A sensação é de que o mundo enlouqueceu; no entanto, não seria tão difícil sobreviver se todos, de fato, tivessem empenhados em salvar vidas. Ter cuidados mínimos, respeito para com o próximo e senso de coletividade resolveriam muitos problemas.
Mas não se tem, ou melhor, nunca se teve. Não iria ser agora que, como em um passe de mágica, a transformação iria acontecer. Talvez tão importante quanto a vacina seja a sociedade se organizar para minimizar a desigualdade social, pensar na sustentabilidade do planeta, no clima que se modifica a passos largos e que poderá ser, em seguida, o nosso próximo “vírus”. Todos teremos que abrir mão de alguma coisa. Estamos dispostos a perder para ganhar um mundo mais participativo, menos preconceituoso e mais generoso? Ainda há tempo! O homem é um ser inteligente e pode, certamente, virar este jogo. Quando a vacina chegar - esperamos que seja em breve – tome-a, mas não esqueça que isso será apenas uma parte neste mundo que necessita de tantas outras imunizações.