Campo e Negócios
Expectativa alta para a safra de uva
por Redação JM
A colheita da uva está intensa em todo o Rio Grande do Sul. E o trabalho nas cantinas também. A safra decorre em condições muito favoráveis à qualidade das uvas, conforme avaliação recente da Emater, resultando em frutos doces, com bagas grandes e boa sanidade.
Na regional de Bagé, de acordo com o Informativo Conjuntural, os produtores iniciaram antecipadamente a colheita das uvas tintas, devido à aceleração de ciclo proporcionado por dias quentes e secos. "As cultivares em colheita são Merlot, Syrah e Tannat, todas com muito boa qualidade de bagas e preços de venda entre R$ 4,00 e R$ 4,50/kg, para adegas da regiãoserrana", menciona o levantamento.
Na regional de Caxias do Sul da Emater, a colheita da uva Isabel foi o destaque na semana. Também em colheita todas as variedades de mesa, destacando-se as cultivadas sob cobertura plástica: Itália, Rubi, Benitaka, BRS Clara, BRS Linda e BRS Morena. E está encerrada a colheita das variedades de ciclo precoce, restando ainda a Bordô nos Campos de Cima da Serra.
“A Seapdr atua na inspeção e fiscalização da uva, vinho e derivados no Estado. Nesse período de safra, os fiscais estaduais agropecuários realizam as coletas de uvas representativas de todas as regiões produtoras do Estado que, após, são microvinificadas (elaboração de vinhos genuínos em pequena escala) no Laboratório de Referência Enológica (Laren), os quais servem de comparação aos vinhos comerciais oferecidos à sociedade", destaca Fabíola Lopes, chefe da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
De acordo com estimativa do IBGE, publicada em dezembro de 2020, a área com plantio de uva será de 46.797 hectares, com um rendimento esperado de 18.896 kg/ha e uma produção de 875.065 toneladas. “A safra de 2020 foi a safra das safras em termos de qualidade. E esta safra de 2021 vai ser a safra das safras em quantidade. Devemos colher cerca de 800 milhões de quilos de uva”, afirma Deunir Argenta, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra).
O ano de 2020, marcado pela pandemia, foi um ano diferente para o setor. As vendas de vinhos finos aumentaram 56,56%, passando de 15 milhões de litros/ano, em 2019, para 24,2 milhões em 2020, de acordo com dados publicados pela Uvibra. Argenta considera que o fato das pessoas estarem mais em casa, consumirem em locais próximos ou pela internet, ajudou nestes números. “As empresas agiram rápido, os preços eram mais convidativos do que o dos vinhos importados e conseguimos atender de forma eficiente os pedidos de e-commerce. Só na minha empresa, o aumento no comércio virtual foi de 300%”, destaca.
"Apesar da pandemia e das duas estiagens seguidas no Estado, o setor vitivinícola está trazendo um alento para a agricultura gaúcha. Com duas safras seguidas com recordes em qualidade e em quantidade, há a esperança de um maior faturamento para o setor, trazendo desenvolvimento econômico para o nosso Estado”, destaca o secretário Covatti Filho.