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SUPERAÇÃO: Carine Sachett luta contra complicações em decorrência da Covid-19

O destino surpreendeu a arquiteta, que aceitou o desafio, venceu o vírus e, hoje, curte o amor da filha Martina, sua fonte de força e inspiração

Em 20/03/2021 às 00:10h
Viviane Becker

por Viviane Becker

SUPERAÇÃO: Carine Sachett luta contra complicações em decorrência da Covid-19 | Social | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Foi no dia 17 de março que o Ministério da Saúde confirmou a 1ª morte por Covid-19 no Brasil. Um ano depois da divulgação da notícia que colocou o País em alerta máximo, infelizmente estamos vivemos o pior momento da pandemia. Agora não temos mais grupos de risco, TODOS NÓS ESTAMOS EM RISCO!

Continuamos torcendo para que a doença seja superada, pela redução da curva de contágio e vacinação em massa, mas o que temos são hospitais lotados, filas de espera para internação e número de óbitos batendo recordes.  

Essa doença que desafia a Medicina, já que em cada pessoa se manifesta de forma diferente. A arquiteta Carine Sachett, por exemplo, contou ao Jornal MINUANO toda a luta vivida desde que descobriu o contágio pelo coronavírus, passando pelos dias de hospitalização em Santa Catarina, até hoje, sete meses após a contaminação.

Apesar de não fazer parte de nenhum grupo de risco, a doença atingiu e mudou completamente a vida da arquiteta de 35 anos. Sem comorbidades, saudável e praticante de atividades físicas, ela enfrentou bravamente a batalha da recuperação da doença que quase tirou sua vida.

Hoje, Carine acredita que contar a sua história pode transformar e salvar vidas. A mãe da pequena Martina, de cinco anos, relata detalhes da experiência que viveu, o enfrentamento da doença e as vitórias sobre o vírus.

"Positivei no dia 28 de agosto de 2020, mas o pior veio pós-COVID. Durante a quarentena, passei muito mal, foram 10 dias bem difíceis, com sintomas fortes. As tosses eram constantes, eu chegava perder o ar. Consultei com médico aqui em Bagé e tive acompanhamento, relatei que tive falta de ar, mas na época não foi solicitado exames pós-COVID. Acredito que, talvez, aqui, não se tivesse, na época, essa informação que tinha que ser cuidado o pós-COVID. Ao fim da quarentena segui minha vida normal, retornei ao trabalho e dei continuidade às atividades físicas com bastante intensidade como de costume. Agendei uma viagem com minha filha a Santa Catarina para a primeira semana de outubro, onde passaríamos dois dias no Beto Carrero World e três na companhia de amigas que também têm filhos pequenos. Quis o destino que meus pais, que nunca viajam comigo, resolvessem ir até SC de carona. E assim aconteceu, deixei eles em Florianópolis, onde locaram um carro e segui até a praia da Penha, onde pretendia ficar hospedada por dois dias para levar minha filha ao parque temático. Na noite em que cheguei lá, não levantei mais. 

Pós-Covid continuei sentindo muita dor nas costas e falta de ar quando fazia movimentos rápidos, subia escadas ou praticava exercícios na academia, isso me deixava com um cansaço extremo. Até então, eu acreditava que tinha problema de postura, fiz até RPG, mas, na verdade, era uma pneumonia muito avançada em decorrência das sequelas da COVID.

Ao chegar a SC,  tive febre alta e nada parava no estômago. No dia marcado para a filha ao passeio, não tive forças, pedi para meus pais levarem, pois acreditava que no dia seguinte estaria melhor e recuperada, já que a previsão era dois dias no Beto Carrero. Ao final do dia comecei me dar conta que a situação era delicada, já que me faltavam forças para subir um degrau para ir até o banheiro do quarto do hotel. Quando meus pais chegaram com a Martina, viram que eu não estava bem e resolveram me levar para Florianópolis onde estavam hospedados.  Eu sem condições de dirigir achei que conseguiria ir até o local mais próximo, com mais recursos, que era a cidade de Itajaí. Achei que poderia viajar, fui muito mal e cheguei com muitas dores nas costas, tomei outra remedicação para dor, algo aconteceu que me deixou desacordada por 24h. 

Quando acordei já estava na emergência do hospital de Florianópolis, o SOS Cárdio. Isso depois de ter passado pela emergência do hospital de Itajaí e de Itapema, onde me levaram de ambulância para esse hospital de Florianópolis. Sempre li bastante sobre as notícias do COVID. Quando tiraram minha saturação na emergência, já apontava 72, sabia que abaixo de 90 era motivo de alarme.  Logo que fui diagnosticada, o quadro clínico já se agravou e entrei direto para o oxigênio, seguido de ventilação.  

As pessoas são mal informadas, sobre a importância de cuidar a saturação, é bom ter o oxímetro para monitorar.  Eu pedi para fazer uma tomografia, mesmo ouvindo do médico que não era necessário. Meu irmão, que estava ao meu lado, interviu alertando que eu havia tido COVID. Jamais esquecerei as palavras do médico quando viu minha tomografia e disse que o meu pulmão estava tomado.  Dali fui direto para a internação. Passei por uma pleuroscopia pulmonar, cirurgia onde foi retirada a secreção no pulmão que vazou. Foram dias difíceis e de muito aprendizado.

Hoje sou procurada por pessoas com parentes hospitalizados, passo meu relato, conto como foi e como as coisas podem dar certo: é preciso ter fé e acreditar.  Me considero sim, uma sobrevivente, apesar de estar nas mãos de bons médicos, o que me salvou foi a fé e o apoio da família.

Cada dia que passava era muito difícil, mas recebi carinho através das mensagens inclusive de pessoas que eu não esperava, muitas que eu mal conhecia. Acreditei muito em Deus, acho que ele mostrou que eu poderia ter uma nova chance de fazer várias coisas diferentes, de revalidar minha vida.  

Minha experiência aconteceu em uma viagem, por alguma razão, longe de casa, mas eu acreditava que ia superar, o que me movia era querer ver minha filha, só pensava em reencontrá-la, porque a última vez que a vi foi quando desacordei. Só fui vê-la 12 dias depois.

Ainda hoje, lembro com emoção tudo que passei.  Foi difícil sim, mas eu aceitei a doença desde o princípio. Eu sabia que era real a possibilidade de eu morrer, mas precisava acreditar e entregar minha vida e Ele, deixando que fosse feito a sua vontade. Ao mesmo tempo eu pedia para ficar viva, precisava vencer para abraçar minha filha, foi o que me manteve firme.  Meu reencontro com ela foi o momento mais lindo que eu poderia ter.

Um dos médicos me disse, quando sai do Hospital, que eu não estava tendo alta, ainda era preciso me cuidar. Após a hospitalização, fiquei completamente dependente, por certo período, passei por um processo de reabilitação, principalmente respiratória e física.

Só quem passa, sente na pele e entende o que é o COVID e o pós-COVID.  Hoje, ainda sinto a cirurgia, meu pulmão tem uma parte que não se recuperou, pois um pedaço foi necrosado, a respiração não voltou ao normal, tenho esquecimentos e outros sintomas.

Uma lição que eu tiro é de levar a vida de uma maneira mais branda. Lá no hospital eu sentia a energia de Deus e das pessoas que me emanavam luz e orações.

Em nenhum momento pensei que poderia ser diferente, eu agradeço muito a Deus a oportunidade de ter passado por isso, de ter sobrevivido e ter, principalmente, condições de, a partir de agora, poder fazer tudo diferente, valorizar as coisas simples da vida, da natureza e de Deus".

 

GRATIDÃO

"A  Deus por estar viva, por poder RESPIRAR FUNDO...  GRATIDÃO por no meio do turbilhão que vivia, sem tempo para respirar, meu pulmão fazer PARAR e conseguir enxergar o que realmente faz sentido e vale a pena ser vivido: a família, os amigos verdadeiros, o amor incondicional, a natureza, os momentos que vão ficar para sempre!!!

 

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