Cidade
Imba completa 100 anos
por Yuri Cougo Dias
De acordo com o Doutor em Música, Rafael Rodrigues da Silva, o Instituto Municipal de Belas Artes (Imba) foi o quarto conservatório de música fundado no Rio Grande do Sul. E surgiu com base no movimento de interiorização da cultura artística que, coordenado pelo Centro de Cultura Artística do Rio Grande do Sul, promoveu a fundação de nove conservatórios pelo interior do estado entre 1921 e 1922.
Em 10 de abril de 1921 o Intendente Tupy Silveira convidou para virem a Bagé os professores do Conservatório de Música de Porto Alegre, Guilherme Fontainha e José Corsi, para a fundação da escola de música. A inauguração aconteceu no prédio do Clube Caixeiral.
Da sede provisória no Clube Caixeiral, o Instituto passou para a rua 7 de setembro (prédio em que funciona a Rádio Cultura), depois para a esquina das ruas Tupy Silveira e Félix da Cunha. E em 1937 o IMBA passou a funcionar no prédio em que se encontra até os dias de hoje, o Solar da Sociedade Espanhola.
Rita Jobim de Vasconcellos, que dá nome ao IMBA, foi quem dirigiu a instituição por mais tempo, de 1926 até 1964. Como aluna ela participou da primeira audição realizada pela escola, em dezembro de 1921, comandada pela professora de música Vicentina Felizardo Ferreira.
O Imba “Professora Rita Jobim Vasconcellos” chega a ter mais de mil alunos matriculados, mas atualmente, durante o período de pandemia, em que as aulas muitas vezes são suspensas ou ministradas de forma remota, conta com cerca de 300 matriculados. O desafio da pandemia é sentido também pelo atual diretor do Instituto, Célio Ferreira (Celinho), que havia planejado diversas atividades comemorativas para a data, mas que foram adiadas e algumas até canceladas. “É um prazer fazer parte de uma instituição que já formou tantos músicos e bailarinos. E com certeza é um privilégio conduzir essa Casa no ano do seu centenário”, afirma.
O professor de música e presidente da Associação dos Amigos do IMBA (Amimba), Nilton Vergara, afirma ser um apaixonado pela história do Instituto. Ele conta que a existência de uma escola de música, aberta ao público, e no interior do Estado, é motivo de admiração por musicistas e bailarinos que conhecem Bagé. “Eu acho essa casa fantástica! E eu posso dizer isso porque eu não vim daqui, vim de uma cidade (Pelotas) que tinha uma Universidade, mas que não tinha um conservatório aberto ao público. São pouquíssimas cidades que têm esse privilégio. Participamos de diversos concursos, tanto em nível estadual, quanto nível interestadual. Temos alunos formados em diversos lugares do Brasil e fora do Brasil. O IMBA é um patrimônio do município de Bagé e deve ser sempre muito bem tratado”, comenta Vergara.