ELLAS
Todo excesso esconde uma falta
Dilce Helena Alves Aguzzi – psicóloga clínica
por Viviane Becker
William Shakespeare, em Hamlet, explica com maestria como é ruim a interpretação daquele ator que abusa do gesto, exagera nas caras e bocas e faz com falsidade quase comovente alterações de olhares e entonação de voz.
É o caso clássico de exagero do gesto que esconde a falta de talento.
Em todas as áreas, vivemos a era dos excessos. Talvez, analisar alguns deles nos proporcione autoconhecimento e reflexão para alterar a única coisa em que temos algum controle: nosso comportamento!
Façamos, então, esse exercício:
- Excesso de fala esconde pouca reflexão.
- Muita agressividade esconde insegurança extrema.
- Superexposição encobre pouca vivência verdadeira.
- Falar mais que ouvir encobre pouca capacidade de argumentação.
- Gritar com seu interlocutor abafa pouca consistência na opinião.
- O fanatismo religioso esconderia o quê, além de nossa miséria espiritual?
- A intolerância ao diferente o que esconde? Escassez de raciocínio, de autoestima e de auto aceitação ou é dificuldade de se perceber como humano que ela encobre?
- O que dizer então do excesso no culto à imagem, ao físico, ao parecer em detrimento do ser?
- O consumismo, consumo ao extremo, seria uma forma de esconder o quê, além de escassez afetiva?
Continue a lista, ousando dizer quais são os seus excessos e o que tentam encobrir. Se a tarefa for verdadeira e individual o crescimento pode ser profundo.
“Muita agressividade esconde insegurança extrema”