Campo e Negócios
Vendas de Outono trazem otimismo para pecuária
por Redação JM
As vendas nesta temporada de Outono da pecuária, um dos tradicionais períodos de comercialização de gado, devem refletir positivamente na Primavera, onde se concentram as principais atividades de vendas do ano. A avaliação é do leiloeiro e diretor da Trajano Silva Remates, Marcelo Silva. A confiança vem dos números relatados no período.
No início do período de vendas em feiras e leilões particulares, os preços pelo quilo vivo já registravam altas de até 30% em algumas feiras, como em Lavras do Sul. Segundo Silva, isto torna a previsão animadora. “Considerando os números que vêm se desenrolando até o momento, não só no gado geral mas também nos poucos leilões de reprodutores no Centro Oeste brasileiro, estamos vendo resultados muito bons”, observa.
O leiloeiro salienta que as vendas particulares também mostram um mercado aquecido. “O que a gente já vem vendendo no privado tem nos mostrado esta demanda um pouco maior. Não acredito que ela arrefeça e curiosamente nestas vendas feitas no privado não estão ficando de fora nenhuma das raças que são produzidas no Rio Grande do Sul”, relata. Silva reforça que um balizador que deverá mostrar esta tendência será o próximo leilão virtual da GAP Genética, que ocorrerá no dia 25 de junho com a oferta de 150 animais Brangus e Braford que estão no Rio Grande do Sul.
Remuneração
A temporada registrou um excelente padrão genético e bom desenvolvimento dos animais, principalmente em praças com mercado já estabelecido devido à tradição de oferta constante. A avaliação é do Instituto Desenvolve Pecuária. A demanda maior ocorreu para as raças Angus, Brangus, Braford e Hereford. Em termos de preços, houve uma variação dependendo do peso e pureza racial. Os valores médios de pista de animais de zero a 12 meses ficaram em R$ 16,00 o quilo para machos castrados, R$ 14,50 para machos inteiros e as fêmeas oscilaram entre R$ 14,00 e R$ 20,00.
De acordo com o presidente do Conselho Fiscal da entidade, Ivan Faria, outros fatores também contaram para a boa temporada de vendas, em especial no período de maior concentração dos leilões, que foi a primeira quinzena de maio. Ao fazer uma análise da conjuntura atual, ele elencou alguns aspectos importantes que também ajudaram a influenciar e ressalta que a oferta ficou muito abaixo da demanda e que a concorrência de outros estados na compra direta nos meses de fevereiro, março e abril para machos e fêmeas, trouxe maior liquidez aos negócios. “Inflação do Real, insegurança de outros investimentos, insegurança pela crise sanitária e econômica e ameaça de invasão do mercado gaúcho de reposição pelo estabelecimento da Zona Livre de Aftosa, são outros itens relevantes neste cenário”, salienta.