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Região deve definir enfrentamento à varíola do macaco na próxima semana
por Melissa Louçan
A mobilização do Governo do Estado para conter o avanço da varíola o macaco, a monkeypox, no Rio Grande do Sul, teve início nesta semana. Na quarta-feira, a Secretaria da Saúde realizou a primeira reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) para o monitoramento e acompanhamento. Na área de abrangência da 7ª Coordenadoria Regional de Saúde, que inclui Aceguá, Bagé, Candiota, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul, o tema deve ser tratado em duas reuniões, na próxima semana.
Conforme explica Cândida Britto, da Vigilância Epidemiológica da 7ª CRS, o setor eve tratar do tema nos dias 16 e 19, em encontro com participação dos técnicos do Centro Estadual de Vigilância, em Saúde (CEVS). “Aqui estamos em fase de organização. Está em processo no Estado, mas não sabemos ainda as diretrizes", disse.
Já o grupo do Estado deve reunir diferentes entidades e representações de áreas de gestão, de universidades e de áreas da Saúde. A partir de encontros periódicos, temas e ações quanto ao enfrentamento à doença serão discutidos e deliberados.
Um dos pontos apresentados pela SES, por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), foi o trâmite em finalização para a publicação do plano de contingência. Com previsão de divulgação para os próximos dias, o documento será a referência para as ações do Estado e dos municípios. O objetivo é oferecer aos profissionais e gestores informações estratégicas de contenção, controle e orientações para lidar com a emergência.
A doença
Até o dia 9, o Rio Grande do Sul havia registrado 29 casos confirmados de monkeypox. Neste ano, é a primeira vez que a transmissão acontece em vários continentes, sem vínculo com viagens à África, região considerada endêmica, onde o vírus já circula há algumas décadas. No Brasil, já são mais de 2,4 mil casos (em 21 Estados), sendo 1,7 mil casos somente em São Paulo.
O quadro clínico do atual surto é caracterizado por sintomas de erupções cutâneas localizadas, por vezes em apenas uma parte do corpo. Não há, até o momento, relato de transmissão por assintomáticos ou em período de incubação (tempo entre o contágio e o início dos sintomas, que pode variar de 5 a 21 dias). A transmissibilidade se estende até a cicatrização completa das lesões.
O contágio acontece pelo contato direto com as lesões da pele ou com objetos contaminados. A transmissão também pode ocorrer por gotículas respiratórias em contatos próximos. Por isso, todo caso suspeito dever ser isolado, realizado teste laboratorial e notificado. Na ausência de complicações ou fatores de risco (como imunossupressão ou gravidez), o isolamento pode ser cumprido em domicílio, com os devidos cuidados do paciente com os demais coabitantes. A duração deve ser até a queda das crostas da pele e cicatrização das lesões. Durante esse período, a vigilância do município permanece em contato com a pessoa para o monitoramento.